Escritores debatem sobre a importância dos autores da ‘Semana de 22’ em Santos
O último dia da abertura das comemorações dos 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922 em Santos, realizada no Teatro Guarany, foi dedicado à literatura. Na tarde deste sábado (19), o primeiro encontro entre os escritores contou com os jornalistas Manuel da Costa Pinto e Alessandro Atanes.
Sob mediação do livreiro José Luiz Tahan, o bate-papo destacou, entre outros pontos, a obra de Oswald de Andrade e as abordagens atuais sobre o legado do modernismo.
Responsável pela organização ‘Diário Confessional’ de Oswald de Andrade - escrito entre o início de 1948 e o fim de 1954 - Costa Pinto falou um pouco sobre a redescoberta do trabalho do autor ao longo das décadas.
“Após toda aquela ‘explosão’ da Semana de 22, ele caiu em certo ostracismo nos anos 30. A obra dele só viria a ser, de certa forma, recuperada nos anos 50. Em 1967 veio a montagem de ‘Rei da Vela’ e, tempos depois, o Tropicalismo, que foi fortemente influenciado pelos textos de Oswald”.
No meio do bate-papo, Atanes fez um comentário sobre os recentes trabalhos que abordaram a ‘Semana de 22’. “Estes balanços trazem muito da herança da Semana para o nosso tempo, mas acredito que ficou faltando algo que nos remetesse a efervescência de tudo que aconteceu naquele período”.
As atividades do dia foram encerradas com bate-papo entre o jornalista Marcos Augusto Gonçalves e o poeta Flávio Viegas Amoreira, sob o tema ‘1922 a Semana que Nunca Acabou’.
A abertura das comemorações dos 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922 foi uma realização da Secretaria de Cultura (Secult).