Seu navegador não possui suporte para JavaScript o que impede a página de funcionar de forma correta.
Conteúdo
Notícias

Escola radical de surfe é exemplo de inclusão social

Publicado: 12 de agosto de 2004
0h 00

A inclusão social através da prática de um esporte é uma das melhores lições adquiridas pelos alunos portadores de necessidades especiais da Escola Radical de Surfe, no Posto 2, José Menino. O trabalho coordenado pelo professor Francisco Alfredo Araña (Cisco) e colaboração dos instrutores Paji e Simone Miranda, atendem alunos das mais diferentes faixas etárias, nas aulas de surf e bodyboarding do local. Esse projeto existe há quase 10 anos e é um trabalho pioneiro no Brasil, só existindo algo semelhante na Califórnia. Além da integração total entre os alunos, aqui há muita troca de experiência e o mais importante de tudo, que é a inclusão social dessas pessoas, explica Cisco. A Escola Radical de Surf, mantida pela Prefeitura através da Semes, em convênio com a Sthill, é considerada a primeira escola pública de surfe do Brasil e realiza um trabalho que serve de exemplo para muitas outras espalhadas pelo País. Os professores formados em Educação Física comprovam a seriedade do projeto. A preocupação com o bem-estar e segurança do aluno é sempre posto em primeiro lugar, assim as mais de 300 pessoas que freqüentam as aulas de surf e bodyboarding tem a garantia de não aprender apenas uma modalidade esportiva. Quando não há condições dos alunos terem aulas práticas, eles aprendem a teoria como fundamentos de competição, técnicas de prancha, informações sobre condições climáticas, biologia, segurança etc, enfatiza o Professor Paji. Além dos alunos portadores de necessidades especiais, a escola atende jovens e adultos, de todas as faixas etárias e alunos da maior idade. As aulas gratuitas são ministradas todas as quartas, quintas e sextas, das 8 às 10 horas e das 14 às 16 horas, no período da tarde. O equipamento também recebe sempre as quintas e sextas escolas e associações que agendem visitas ao projeto. INTEGRAÇÃO Freqüentando as aulas de surf no local desde 97, Waldemir Pereira Correa é um exemplo do que essa integração social pode melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. Portador de deficiência visual há nove anos, Wal, como é conhecido na escola, destaca o que há de mais importante na iniciativa. Temos a possibilidade de passar uma imagem diferente do que é a necessidade especial em si. Somos pessoas que praticam esporte como qualquer um outro. Aqui há muito respeito e isso é muito bom. Para Edmea Pereira Correa, mãe de Wal, a admiração pelo projeto pode ser comprovada pelos resultados positivos obtidos pelo filho. Acho fundamental esse tipo de trabalho feito com os portadores de necessidades especiais. Valeu a pena ter trazido meu filho para cá. Hoje ele é outra pessoa, recuperou a auto-estima, é um exemplo em casa e hoje até nos incentiva a praticar esporte também. Isso sem contar que ainda freqüenta aulas de capoeira e musculação. Animados e muito satisfeitos com as aulas também estão o casal de namorados Cláudio Marcos Coletti, portador de deficiência motora e Simone Ciccaroni Alves Coelho, portadora de deficiência mental. Cláudio e Simone são outro exemplo de dedicação e força de vontade. Sempre praticando algum tipo de atividade física, eles se conheceram nas aulas de natação do Sesc e estão há três anos praticando surf na Escola Radical. Para ambos, o melhor das aulas é a possibilidade de fazer novas amizades.