Escola de Santos abre espaço para talento de aluna autista

Sessenta desenhos abstratos, autorais, traçados e pintados com aplicativos como Pixart Imaging e Artflow, mostraram o dom artístico aguçado da aluna Valentina de Souza Malvezi, 9 anos, que estuda na escola municipal Emília Maria Reis (Vila Belmiro). Autista, Valentina usa cores fortes, tem senso de proporção e detalhe e, em suas ilustrações, predomina a figura feminina.

“A gente olha as pinturas e vê figuras de filmes e de desenhos como a Frozen e Elza”, disse Yasmin Aparecida Souza Campos, 8. A colega Maria Vitória de Freitas, 8, curtiu a tela em que a imagem pintada parece a personagem Lili, do desenho animado Amigãozão.

Valentina também desenha com lápis de cor e canetinha. “É uma forma dela se expressar, se acalmar, se organizar, colocar a emoção dela e resolvemos valorizar este talento”, disse a diretora da unidade, Maria das Graças de Oliveira. Ela contou que o comportamento da menina mudou muito do ano passado para cá. “Está mais calma e todos gostam dela”.

Maria das Graças destacou que Valentina mostra o caminho para descobrirem vocações nos outros 30 alunos com deficiência que frequentam a escola. “Esta exposição é uma semente. Em 2020, pretendemos expor as habilidades de outros estudantes. A ideia é mostrar que na educação não se pode rotular, minimizar, temos que dar oportunidades, estar abertos ao diferente”.

Acompanhada da mãe, Gláucia Rosiane Caetano de Souza, 41, e do pai, Fabiano Willian Malvezi, 41, a artista mirim estava contente, entre os amigos e funcionários. “Ela gosta de desenhar desde os dois anos e meio. Mas agora adora, é fascinada por aplicativos de desenho”, frisou a mãe, que agradeceu a iniciativa da escola: “É difícil ver um incentivo, às vezes leva tempo para descobrir o que a criança gosta de fazer e no que vai se desenvolver”.

Foto: Isabela Carrari

A unidade Emília Maria Reis tem 670 alunos, de 1º a 5º ano.

SOLIDARIEDADE

Na terça-feira (26), os alunos da unidade entregaram 50 galões de água cheios de tampinhas PET, fruto de campanha feita na escola, cujo início foi no Dia Internacional sem Sacos de Plástico, em 3 de julho. A orientadora educacional Meire Rittes explicou que o objetivo foi trabalhar a conscientização ambiental, o descarte correto do lixo, além da solidariedade e empatia. “Doamos as tampinhas para o Colégio Ecologia, onde estuda um cadeirante, o Miguel. Separamos as tampinhas por cor e as empresa pagam mais. Com o dinheiro arrecadado, pode-se comprar cadeira de rodas, andador, entre outros equipamentos.