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Enfrentamento do HIV/AIDS no Brasil é discutido em Santos

Publicado: 23 de novembro de 2015
16h 09

Há pouco mais de 30 anos, os primeiros casos de AIDS apareceram no Brasil. De lá para a cá, o perfil da doença mudou bastante. Em Santos, tem-se verificado um número maior de novos infectados pelo vírus HIV na população de 20 a 25 anos, com pelo menos oito anos de instrução (ensino médio e ensino superior completo ou incompleto). Outra preocupação é a de homens que fazem sexo com homens. A feminização da doença, que há 10 anos ocorria na Cidade, perdeu a força.

Para discutir os desafios do enfrentamento da doença nas esferas nacional, estadual e municipal, a Secretaria de Saúde promoveu o seminário “Aids: Desafios e Perspectivas”, no auditório da Associação Comercial de Santos, segunda-feira (23).

O infectologista Marcelo Naveira, representante do Programa Nacional de DST Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, destacou que sempre falou-se muito no uso da camisinha, porém é necessário atualizar as mensagens para as novas gerações, que utilizam redes sociais para relacionamentos amorosos ou sexo casual.  “A campanha de prevenção deve ser realizada o ano todo, não apenas no Carnaval e aproveitar sempre os eventos que reúnam a população da Cidade”.

Só em Santos, mais de 3500 pacientes com HIV/AIDS são acompanhados pelos serviços oferecidos por meio da Coordenadoria de Controle de Doenças Infectocontagiosas. Para o médico sanitarista Artur Kalichman, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, os profissionais de saúde precisam se atualizar com relação às novas políticas e tecnologias.

Já a coordenadora de Controle de Doenças Infectocontagiosas da Secretaria de Saúde de Santos, Regina Lacerda, informa que existe a preocupação com os jovens que não viveram o período pré-coquetel e que o fato de haver medicação que garante o controle do vírus e menor ocorrência de doenças oportunistas, não os sensibiliza a se cuidarem.

“Temos projetos de parceria junto a todas as universidades de Santos para o próximo ano letivo”.

Informações

Como descobrir o HIV?

Basta fazer o teste da forma convencional (exame de sangue) ou o teste rápido que demora cerca de 40 minutos para ficar pronto. O Centro de Testagem e Aconselhamento fica na Rua Silva Jardim, nº94, Vila Mathias.

E se o resultado der positivo para HIV?

Independentemente do resultado, uma equipe realiza a orientação ao paciente e o amparo psicológico.

Posso reverter a infecção por HIV?

Sim. Até 72 horas (3 dias) após a exposição ao vírus HIV, é possível reverter a situação com remédios antiretrovirais – é a chamada profilaxia pós-exposição. Geralmente procuram este tratamento pessoas que fizeram sexo sem proteção ou a camisinha rompeu.

E se exposição ao vírus HIV ultrapassou esse prazo?

A pessoa inicia o tratamento para que a carga viral de HIV em seu corpo diminua consideravelmente, além de reduzir a chance de manifestação da AIDS (que é a doença causada pelo vírus) e de outras doenças oportunistas. O objetivo do tratamento é diminuir a carga viral a um índice que os especialistas chamam de indetectável, em que também ocorre menor probabilidade de transmissão do vírus de uma pessoa para a outra.

Anvisa libera venda de teste rápido em farmácia

Estima-se que no Brasil existam 140 mil pessoas portadoras do HIV sem saber. Por isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária permitiu, na última semana, registro de testes rápidos para HIV que podem ser realizados pelas próprias e adquiridos em drogarias, como os de gravidez, por exemplo. 

Essa medida precisa ainda ser regulamentada e, de acordo com o infectologista Marcelo Naveira, do Ministério da Saúde, os primeiros lotes devem ser encontrados para venda no ano que vem. Os participantes do Seminário Aids: Desafios e Perspectivas são favoráveis a esse autoteste e acreditam que é uma estratégia que vem a somar a outras já existentes há décadas no enfrentamento do HIV/AIDS. Porém, será preciso se adaptar a essa nova realidade.

“Hoje, no serviço público, a pessoa que recebe um resultado positivo é orientada psicologicamente, acompanhada. Vamos ter que estar muito bem preparados para receber em nosso serviço as pessoas que fizeram o autoteste e que vão precisar não só de medicamentos, mas de orientação também”, afirma Regina Lacerda, coordenadora de Doenças Infectocontagiosas da Secretaria de Saúde.

Foto: Carol Fariah