Seu navegador não possui suporte para JavaScript o que impede a página de funcionar de forma correta.
Conteúdo
Notícias

Encontro desvenda personagens e momentos da Independência e do Modernismo brasileiro

Publicado: 25 de setembro de 2022 - 14h22

Novos olhares sobre dois momentos importantes da história brasileira foram apresentados na tarde deste sábado (24), no Teatro Guarany, durante o evento ‘Diálogos da Independência e dos 100 Anos de Arte Moderna’.

Quem participou do encontro, promovido pela Secretaria de Cultura (Secult) em parceria com o festival ‘Tarrafa Literária’, teve contato com visões mais aprofundadas do processo que culminou com a Independência do Brasil e curiosidades sobre figuras importantes do movimento artístico que realizou a ‘Semana de 22’.

Os primeiros convidados do evento foram o presidente e o vice-presidente do Movimento Pró-Memória José Bonifácio, respectivamente, Arlindo Salgueiro e José Geraldo Gomes Barbosa. Este abordou a habilidade política de dom Pedro I. “Ele conseguiu suportar as pressões da época, e ainda teve a capacidade de formar dois monarcas: Maria II, rainha de Portugal, e D. Pedro II, que iria sucedê-lo”.

Já Salgueiro não se limitou apenas em destacar o papel do santista José Bonifácio de Andrada e Silva durante o período pré Independência, mas também conceitos que, na época, eram inovadores. “Bonifácio foi uma das primeiras pessoas no País a falar em reforma agrária, que todos tinham direito à terra”.   

O SEQUESTRO DA INDEPENDÊNCIA

 Na sequência, Lúcia Stumpf e Carlos Lima Júnior, autores do livro ‘O sequestro da Independência: Uma história da construção do mito do Sete de Setembro’, falaram como a data magna da Independência foi fixada como ponto final do processo de separação do Brasil de Portugal, mas que na verdade não era algo tão definitivo assim.

“Pouco se fala das batalhas travadas no Pará, Pernambuco, Bahia e Piauí. A independência brasileira não pode ser tratada como uma data fixa, em um lugar único, como as margens do Ipiranga. Não podemos esquecer da ativa participação popular, de pessoas de diferentes pontos do País”, comentou Lúcia.

Já Lima Júnior dissecou a tela ‘Independência ou Morte’, de Pedro Américo, de 1988, mostrando referências de outras pinturas da época e contextualizando o período de realização da obra artística. “O momento que a pintura foi feita, por encomenda do Império, era de uma tensão muito grande. A República, que seria proclamada no ano seguinte, já estava ‘batendo à porta’”.

ANNITA E CHALAÇA 

Encerrando as atividades do dia, o jornalista José Roberto Torero e a professora Ana Kalassa falaram sobre dois personagens da Independência e Modernismo: Chalaça e Anitta Malfatti.

Ana contou curiosidades sobre Anitta, como o fato dela ser forçosamente canhota, por ter um grave problema na mão direita. “A mãe dela dava aula de artes e enxergou na pintura uma possibilidade de desenvolver habilidades com a mão esquerda”.

A professora também abordou o protagonismo artístico de Anitta, em um tempo em que havia poucas artistas mulheres bem-sucedidas. “Ela viveu da sua própria produção, algo incomum na época para uma mulher”.

Com o bom humor que lhe é peculiar, o santista José Roberto Torero falou porque escolheu Chalaça para ser o personagem do seu primeiro livro, que em 1995 conquistou o prêmio Jabuti, um dos mais importantes da literatura.

“Na verdade eu queria escrever sobre a Independência, e, seguindo a dica de um amigo, percebi que Chalaça seria um personagem interessante. Chalaça poderia dar um outro olhar sobre a história”.

Chalaça era o apelido de Francisco Gomes da Silva, um dos mais importantes auxiliares de dom Pedro I, tanto no âmbito político como na vida particular.