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Educadores e bibliotecários de Santos serão capacitados para combate à violência sexual infantil

Publicado: 18 de maio de 2022 - 16h45

Educadores e bibliotecários da rede municipal de Ensino vão passar por capacitação para identificar casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. O pontapé inicial desta ação se deu na manhã desta quarta-feira (18) com o lançamento do projeto 'Vamos conversar? Sobre violência sexual infantil', fruto de uma parceria da Secretaria de Educação (Seduc) com a Coordenadoria da Infância e Juventude (Cojuv).

Idealizadora do projeto, a sexóloga e educadora Christiane Andréa, autora do livro que dá o nome à iniciativa, formalizou a doação de 100 exemplares da obra para as unidades de ensino da rede municipal, como parte das atividades do 'Maio Laranja - Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes'.

A especialista explica que a ideia de levar oficinas de prevenção a este tipo de violência para as bibliotecas se dá porque é neste espaço em que as crianças se sentem mais acolhidas. Usualmente, tanto elas quanto adolescentes acabam expressando, com desenhos, casos de violência sexual.

No lançamento do projeto, Christiane Andréa apresentou alguns desenhos de crianças, onde elas colocaram, junto às ilustrações, inscrições reveladoras como "eu não pedi para ele tocar em mim" ou "eu não vou esquecer daquilo nunca mais".  "Com o livro, a ideia é deixar pelo menos uma pessoa em cada unidade de Ensino como multiplicadora para melhor identificação de casos de violência sexual", explica a autora do livro, lançado em 2019.

DADOS PREOCUPANTES NO PAÍS

Dados sobre a violência sexual de crianças e adolescentes no País apontam que, de 2017 a 2020, 179 mil crianças e adolescentes foram vítimas deste tipo de crime, sendo que 1/3 das vítimas têm até 10 anos de idade. 80% das vítimas de violência sexual são mulheres. Entre os meninos, a concentração dos casos se dá entre crianças de 3 a 9 anos, "mas nesses casos a notificação costuma ser bem baixa", destaca a sexóloga.

Outro dado preocupante, segundo Chistiane, é que no período de maior restrição por conta da pandemia de covid-19, os casos de violência sexual de crianças e adolescentes chegaram a triplicar no País. "É possível tirar as crianças destas situações de violência. O papel da escola é trabalhar esses conceitos e abrir as portas deste problema para que os pais possam entender a questão".