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Educadoras lançam hoje o ´escola para mães´

Publicado: 14 de dezembro de 2000
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Duas professoras da Emef Vinte e Oito de Fevereiro, Paloma Charleston e Sílvia Benatti Sermarini, preocupadas em recuperar nos alunos alguns limites, o respeito aos outros e a solidariedade, visando seu equilíbrio emocional e um rendimento escolar efetivo, vão apresentar, hoje (15), aos familiares dos estudantes, o ´Projeto Escola para Mães´ que tem por objetivo envolver a família e as crianças num processo de reeducação e resgate de valores. O encontro acontece, às 15 horas, na própria escola. Sílvia é psicóloga e Paloma, estudante de Psicologia. Em seu projeto, pretendem oferecer às mães o recurso da psicologia comunitária ou seja, atendimento psicossocial enfocando o resgate da auto-estima e a análise de questões práticas que as leve a refletir sobre os valores pessoais. "Leciono há anos na Vinte e Oito de Fevereiro e me sentia um pouco omissa", confessa Sílvia. "Notei que as mães buscavam aconselhamento sobre como proceder com os filhos em conversas informais na hora da entrada ou saída, e que esse pouco contato sortia efeito, pois a criança melhorava sua performance nos estudos. Quando Paloma veio para a escola, descobrimos que temos a mesma vontade de colaborar com a melhoria de vida dos estudantes, tanto na classe quanto em casa, e decidimos criar o projeto comunitário, voltado para as mães". Com ele, as mães vão poder aperfeiçoar o relacionamento com os filhos, com respeito à atenção, carinho, cumplicidade. "Não adianta resgatar o pedagógico, se o emocional está no lixo", esclarece Sílvia. "Queremos devolver primeiro às mães a sua auto-estima, injetar-lhes confiança, coragem, esperança. Mais felizes, elas saberão amar melhor os filhos e estes, sentindo-se mais amados, terão prazer em se comportar e estudar". O projeto das educadoras já recebeu adesões. A partir do próximo ano letivo, vão também participar dos encontros com as mães, como voluntários, o psicólogo judiciário Renato Martins dos Santos, a assistente social judiciária Maria Lúcia de Souza e a psicóloga Lúcia Maria Rodrigues. O começo de tudo Tudo começou no primeiro semestre, quando as duas professoras promoveram uma passeata com os alunos pelo Saboó, para chamar a atenção para os valores humanos. Passando pela Vila Pantanal, onde reside a maioria dos estudantes da emef, ambas constataram que algumas famílias passavam por dificuldades para se alimentar, outras não ofereciam local adequado para a criança estudar e assim por diante. "Sentimos que precisávamos atuar nessa realidade, para poder criar condições de exigir maior rendimento dos alunos. Era preciso chegar até a família e os contatos no portão da escola provavam que estávamos no caminho certo", conta Sílvia. A Emef Vinte e Oito de Fevereiro servirá como piloto da iniciativa, mas já existem professores de outras unidades da Secretaria de Educação (Seduc) interessadas no projeto. A Secretaria de Ação Comunitária e Cidadania (Seac) e as faculdades de Psicologia e Assistência Social de Santos também já mostraram disposição em participar.