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Educador usa filosofia grega em trabalho com crianças e jovens

Publicado: 3 de novembro de 2015
14h 55

Com lápis de cor, crianças e adolescentes desenham pessoas, casas e árvores em cartolinas. Todas as figuras são recortadas, presas em palitos e colocadas dentro de uma caixa de madeira com fundo de papel. Uma luz ilumina o cenário, projetando as sombras de todos os personagens.

O mito da caverna, de Platão, estava pronto para deixar a Grécia antiga, dar um salto de 2,4 mil anos na história e ser apresentado a jovens do Centro de Convivência Santa Maria. Dessa maneira lúdica o professor José Carlos Aleixo se valeu do livro “A República”, do filósofo grego, para falar sobre as aparências das relações nesses tempos de internet.

Uma conversa que alerta para coisas importantes, como o cuidado para não ser vítima de pedofilia. “Eu usei a alegoria de Platão para mostrar que a realidade é diferente do mundo virtual. A caverna de hoje pode ser o celular, com o jovem preso em relações superficiais”.

Aprovado

Juliana de Andrade, 13 anos, disse que a atividade a ajudou a notar a diferença nas relações. “Quando você encontra pessoalmente alguém que conheceu na internet, até a forma de falar muda. Na rede social a relação é falsa”.

Gabriel Lima, 14, também gosta da oficina que acontece toda quinta-feira, de manhã e à tarde. “Eu já fui excluído por amigos do facebook e até hoje não sei o motivo. Na vida real você sabe quando tem uma briga”.

Saiba mais

O Centro de Convivência Santa Maria é um equipamento da Secretaria de Assistência Social que atende crianças e adolescentes de 6 a 17 anos em situação de vulnerabilidade, encaminhados pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Nova Cintra. O serviço busca fortalecer os vínculos familiares e comunitários. A unidade atende hoje 140 pessoas, das 8h às 17h.

Curiosidade

O Mito da Caverna fala sobre prisioneiros que vivem, desde o nascimento, acorrentados no fundo de uma caverna e que passam todo tempo olhando para a parede, iluminada pela luz de uma fogueira. Nesta parede são projetadas sombras de pessoas, animais, plantas e objetos. Um deles se liberta e sai da caverna. Entra em contato com a realidade e percebe que passou o tempo todo analisando imagens projetadas por estátuas. Volta para a caverna e é tratado como louco por quem continua preso. Através desta metáfora é apresentada uma teoria: através do conhecimento é possível captar o mundo sensível (conhecido através dos sentidos) e o mundo inteligível (conhecido através da razão).

Foto: Francisco Arrais