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Educação de adultos em Santos incentiva o aprendizado com atividades lúdicas

Publicado:
14 de setembro de 2021
16h 53
PORTAIS:
mulheres colam papeis em cartolina na parede. #paratodosverem

Adultos que nunca frequentaram a escola na infância ou que não tiveram a oportunidade de nela permanecer estão tendo a chance de trabalhar a leitura, a escrita e o raciocínio lógico de maneira diferenciada.

Essa é a proposta do projeto Oficinas Pedagógicas, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação (Seduc) para os alunos do ciclo I da Educação de Jovens e Adultos.    

Realizadas às segundas-feiras, nesta semana (13) o tema escolhido na unidade José Bonifácio (Vila Nova) foi o reaproveitamento de alimentos como cascas, talos, folhas etc. O assunto foi abordado por meio de uma gincana, com pistas espalhadas por vários espaços da escola. A cada etapa da ‘brincadeira’, os estudantes liam sobre um alimento e as diversas maneiras de utilização do que, geralmente, seria descartado.   

A turma descobriu que as folhas de cenoura podem ser utilizadas para fazer bolinhos, sopas e salada; a água do cozimento da beterraba e da batata pode ser aproveitada no arroz, purê ou na gelatina; os talos do agrião servem para xarope, recheios, colocar no feijão ou na sopa; a entrecasca (parte branca) da melancia pode ser usada para fazer doces e recheios salgados; a casca da laranja pode ser servida caramelizada ou ainda ser utilizada como ingrediente do arroz doce ou cremes. 

“Nas pistas, utilizamos parlendas, poemas, carta enigmática, ‘o que é o que é’ e leitura de imagem. Tudo isso para estimular o aprendizado”, destacou a professora do projeto na unidade, Gabriela Ferreira de Sousa. Ela acrescentou que o projeto tem a intenção de trazer movimento “com ações dentro e fora da sala de aula, utilizando diversas ferramentas e materiais, trabalhando não apenas a parte pedagógica, mas também outras questões como a autoestima, a confiança, a superação, a coragem e a perseverança”. Ela contou que os professores que atuam no projeto participam de reunião todas as terças-feiras para o planejamento das oficinas.

No final da gincana, a turma teve a oportunidade de degustar água saborizada com cascas de limão e de laranja, além de pedaços de abacaxi. 

NOVAS EXPERIÊNCIAS E APRENDIZADO

“Gosto muito do projeto e de estudar. Aprendemos de forma diferente”, disse a aluna Jailda Santos, 52. Ela contou que a vontade dela é ler bem. “Eu vou conseguir me formar”. A estudante Carimene Pierre, 39, nasceu no Haiti, mas antes de vir morar em Santos, há seis anos, residia na República Dominicana. “Aqui no projeto não usamos só o caderno, mas outros materiais. É muito bom”. 

Maria do Carmo dos Santos Pontes, 67, que está na escola há apenas um mês, afirmou que curtiu a iniciativa. “Nunca tinha estudado antes e estou gostando de aprender com o projeto e também com a professora da classe”. 

Para a diretora da escola, Maria Cristina da Luz Sansone, o projeto propicia um aprendizado de forma lúdica. “Dependendo da oficina proposta, o aluno pode ampliar o horizonte e pensar em algo que se reverta em uma fonte para melhorar sua condição financeira”, acrescentou.  

A rede municipal conta com 14 escolas municipais que atendem à EJA, com cerca de 650 alunos nos ciclos I e II (Ensino Fundamental).  

Fotos: Raimundo Rosa

 

Galeria de Imagens

mulher segura em papel com desenho de cenoura. Outra, ao lado, segura uma cartolina onde estão escritos textos. Outras mulheres olham. #paratodosverem
Em sala de aula, professora lê para alunas sentadas. #paratodosverem
sobre a mesa há uma garrafa com água e rodelas de limão. A professora está em pé e os alunos, sentados. #paratodosverem