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Digitalização de jornais preserva quase dois séculos da história de Santos

Publicado: 24 de maio de 2022 - 16h28

Democratizar e universalizar a história de Santos através da memória jornalística da Cidade. Esse é o principal objetivo do projeto de digitalização do acervo jornalístico da Biblioteca da Sociedade Humanitária do Comércio de Santos, realizado pela instituição em parceria com a Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams), Instituto Histórico e Geográfico de Santos (IHGS) e Hemeroteca Digital Brasileira da Fundação Biblioteca Nacional (FBN).

Responsável e idealizador do projeto, o jornalista, pesquisador e escritor Sérgio Willians explica que o processo começou em 2019 e já conta com mais de 700 mil páginas digitalizadas e disponíveis para pesquisa na Hemeroteca Digital Brasileira.

“Trata-se de um trabalho feito para toda a comunidade poder estudar e conhecer a história da Santos e da Baixada Santista, afinal é a digitalização do acervo histórico da biblioteca mais antiga da Região”.

Os jornais já digitalizados incluem as edições de A Tribuna das décadas de 1960 até os anos 90, e edições de periódicos históricos já extintos como da Revista do Comércio (1850-1872), Revista Flama (1922-1956), Jornal Gazeta Popular (1931-1938), Revista Fita (1911-1914) e Jornal da Noite (1923-1925).

A diversidade de publicações permite uma pluralidade de pensamentos que enriquece as pesquisas de quem quer conhecer um pouco mais da história de Santos e Região. “O interessante é que são jornais diversos, ou seja, diferentes visões de um mesmo fato como fontes primárias, que podem ajudar a contar a mesma história”, observa Sérgio.

CAMPANHA BUSCA PARCEIROS

A digitalização exige um scanner específico, que foi cedido pela Fams até o término dos trabalhos. “Firmamos o acordo ainda em março deste ano, o que ajudou demais na questão dos custos com a locação do equipamento. Mas, para realização do trabalho, contratamos dois funcionários que trabalham em dois turnos e são pagos com verbas de emendas parlamentares que recebemos nos últimos anos”.

Para continuar com o projeto, pagar os salários dos funcionários e cobrir outros custos, o Instituto Histórico e Geográfico de Santos lançou a campanha 100 por Santos, com o objetivo de alcançar 100 parceiros do setor privado para contribuir com a iniciativa. “Queremos custear dois anos do projeto para digitalizar todo o acervo e garantir o acesso à nossa história para todas as gerações”.

Neste momento a equipe do projeto está digitalizando o acervo do tradicional jornal Cidade de Santos, que compreende os anos entre 1967 e 1987 (quando a publicação foi descontinuada). A previsão é de que, até o final do ano, todas as edições estejam disponíveis no site da Biblioteca Nacional. “Nosso maior objetivo é manter viva a história através da preservação dos documentos; depois que a missão for cumprida, todos terão um acesso rápido à própria história”.

A BIBLIOTECA

A Sociedade Humanitária dos Empregados do Comércio foi fundada em 1879 inspirada pela onda liberal e positivista crescente no Brasil, que valorizava a educação e a solidariedade como meios para o desenvolvimento. Foi criada para proporcionar amparo aos comerciantes santistas em dificuldades.

A biblioteca foi fundada um ano depois. O acervo evoluiu progressivamente, inclusive com a colaboração de figuras como Martins Fontes, conhecido entusiasta do espaço, médico e poeta, que chegou a doar centenas de livros ao conjunto. Atualmente, o acervo supera 40 mil obras entre livros, jornais e documentos. 


 

Galeria de Imagens

homem está sentado diante de aparelho de scanner e tela de computador. Tanto do lado esquerdo quanto do direito há pilhas de jornais antigos. #paratodosveremaratodosverem
Mais de 700 mil páginas já foram processadas
Homem segura caderno com várias edições do extinto jornal Cidade de Santos. Ele está em pé segurando o caderno aberto em uma página. #paratodosverem
Atualmente, foco é o extinto Cidade de Santos (foto)
Inúmeras pastas azuis com documentos empilhadas em estantes. Ao centro, caminhando, um homem olha para a estante e coloca a mão em uma das pastas. #paratodosverem
Para Sérgio Willians, idealizador da iniciativa, a diversidade de publicações permite comparação de versões