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Diagnóstico precoce permite tratamento mais eficaz em bebês com deficiência auditiva

Publicado: 15 de maio de 2017
12h 48

“A descoberta precoce da deficiência auditiva da minha filha nos fez ir em busca de sua qualidade de vida e entender com mais clareza suas necessidades. No Centro de Referência Auditiva recebemos acolhimento e esclarecemos as dúvidas, que eram muitas. Ali nos deram esperança de um futuro mais completo. Hoje, acompanhando suas conquistas, como o som que ela pode ouvir e as primeiras palavras verbalizadas, afirmo que estou realizada”.

O depoimento é da fotógrafa Natacha Vilar, 30 anos, mãe da pequena Vallentina, de quase 3, uma das 660 crianças atendidas pelo Programa de Atenção à Saúde Auditiva do Bebê de Risco, do Centro de Referência à Saúde Auditiva (Secresa) - Secretaria de Saúde, único na Baixada Santista responsável por procedimentos de alta complexidade em bebês, crianças, jovens e adultos dos nove municípios.

A relação com a equipe da unidade começa de recém-nascida, em 2014, após ser encaminhada da Maternidade Silvério Fontes em razão de ter falhado na Triagem Auditiva Neonatal (teste da orelhinha). Após ser submetida a vários exames na Secresa, a família recebeu o diagnóstico: perda auditiva sensorioneural em grau severo e profundo bilateral aos 2 meses de vida. Ou seja, 0% de audição nos dois ouvidos.

Vallentina, então, iniciou tratamento com equipe multiprofissional (médicos otorrinolaringologista e pediatra, fonoaudióloga, assistente social e psicóloga), recebeu Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI) e acompanhamento fonoaudiológico. Porém, seu caso indicava cirurgia de Implante Coclear, quando é preciso recuperar a função auditiva para propiciar oportunidade do aprendizado da comunicação oral adequada e desenvolvimento semelhante ao de crianças ouvintes.

Com 1 ano, ela fez cirurgia no Centrinho de Bauru, sob orientação da equipe da Secresa. “O implante coclear para nós foi como uma luz. É indescritível a emoção desde a cirurgia até a ativação do equipamento”, conta a mãe, moradora do Embaré. O avô Gercino Antonio Joaquim, 72, que acompanha a nora e a neta nas sessões de fonoterapia na Secresa, não esquece o dia da ativação. “Foi emocionante. Ela começou a sorrir e a olhar para os lados, se mexia querendo saber de onde vinha o som”.

Fonoterapia

Desde então, duas vezes por semana Vallentina participa de sessões individuais de fonoterapia na Secresa. Atualmente são cinco crianças e um adulto com implante coclear acompanhados na unidade. Com brinquedos espalhados sobre a mesa, a fono Daniela Loureiro Costa trabalha o desenvolvimento da fala da pequena.

“Desde os três meses de vida ela está em terapia. Hoje, com o implante e as sessões de fono, ela apresenta uma audição muito próxima do que é esperado para a idade. Agora é desenvolver a fala e a linguagem”. O avô também observa mudanças: “Ela está evoluindo, está mais alegre e ativa. Não temos pressa”. Periodicamente, a família também a leva a Bauru para avaliação.

Equipe multidisciplinar garante diagnóstico precoce

Programa tem como objetivo a detecção precoce da deficiência, disponibilizando acompanhamento clínico, fonoaudiológico e psicossocial às crianças, familiares e cuidadores. Recém-nascidos que apresentam critérios de risco são encaminhados das maternidades ou das policlínicas à unidade, onde é feito o PEATE/Bera (Exame do Potencial Evocado Auditivo do Tronco Encefálico), realizado somente em Santos.

“É fundamental que a triagem auditiva seja feita até os 6 meses de vida, conforme preconiza o Ministério da Saúde, pois de 50 a 75% das deficiências auditivas são passíveis de serem suspeitadas ainda no berçário. Nessa fase é possível melhorar e até mesmo recuperar a audição”, explica a chefe da unidade, Gláucia Mazon Cagnin.

A Secresa conta com equipe formada por fonoaudiólogas, assistentes sociais, psicóloga, enfermeira e médicos otorrinolaringologistas, pediatra e neurologista. Após o diagnóstico confirmado, é fornecido o aparelho auditivo, iniciada a reabilitação auditiva e, em alguns casos, o encaminhamento para Centros de Implante Coclear, como o do Hospital das Clínicas e o de Bauru.

“O avanço tecnológico e as ações para detecção precoce resultam na intervenção em idade importante para a estimulação do sistema auditivo, com impacto significativo no desenvolvimento da fala e da linguagem, minimizando os efeitos da privação auditiva sensorial”, acrescenta Gláucia.

Saiba mais

A unidade também atende jovens, adultos e idosos, encaminhados pelas policlínicas, ambulatórios e unidades especializadas dos nove municípios da região para tratamento no local. Cada cidade possui uma cota mensal de pacientes a serem encaminhados para diagnóstico e colocação da prótese (AASI).

Alguns fatores de risco em recém-nascidos:

- Peso de nascimento inferior a 1.500 g

- Antecedentes familiares

- Malformações crânio-faciais

- Infecções congênitas (rubéola, sífilis, CMV, herpes e toxoplasmose)

- Meningite bacteriana, especialmente H. Influenzae

Sintomas que os pais precisam ficar atentos:

- O bebê não se surpreende com barulho alto

- Parece ouvir alguns sons e outros não

- Não volta a cabeça para localizar o som e não atende quando chamado

Consequências do diagnóstico tardio em crianças: Prejuízos na fala e na linguagem, dificuldade de aprendizagem e alteração no desenvolvimento social e emocional

Número de bebês atendidos:

2015 – 280, dos quais 199 estão em acompanhamento até os 3 anos;

2016 – 279, dos quais 191 estão em acompanhamento até os 3 anos;

2017 (até o momento) –101, sendo 52 em acompanhamento até os 3 anos.

Total de pacientes que receberam próteses(0 a 12 anos):

2016 – 8 pacientes de Santos

2016 – 35 pacientes de outros municípios

2017 – 10 de Santos

2017 – 23 de outros municípios

Serviço:

Centro de Referência à Saúde Auditiva
Av. Bernardino de Campos, 617, Gonzaga
Tel: 3224-4192 e 3221-5295
E-mail: secresa@santos.sp.gov.br

Foto: Divulgação