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Dia do Bibliotecário: com 40 anos de trabalho, servidora de Santos mantém dedicação e entusiasmo

Publicado: 12 de março de 2023 - 12h51

Para muito além dos contos, dramas, ensaios, fábulas e outros gêneros textuais que os livros carregam em suas páginas, as bibliotecas também imprimem suas próprias histórias. Quase todas elas têm como protagonista a figura do bibliotecário ou “a alma do lugar”, como se refere Josefina de Souza, 92 anos, a Sueli Aparecida Lopes, chefe da Biblioteca Municipal Mário Faria (Posto 6, praia da Aparecida - foto abaixo).

“Dona Josefina é uma das frequentadoras mais assíduas da nossa biblioteca. Ela é um amor de pessoa. Vem toda semana entregar e retirar novos livros e bater papo com todos aqui”, retribui a servidora pública, que neste domingo (12) é lembrada, ao lado de outros profissionais, pelo Dia do Bibliotecário.

Sueli iniciou trajetória na Prefeitura de Santos em 1983, na Secretaria de Educação (Seduc), onde foi chefe das bibliotecas de ensino público. “Na Seduc, auxiliei na montagem da biblioteca da Secretaria, que não existia até então”, conta. Em 1996, foi transferida para a Secretaria de Cultura e assumiu o equipamento localizado na orla do bairro Aparecida, mais precisamente no posto 6, onde está atualmente. 

Com 40 anos de serviços prestados ao Município, Sueli mantém o  entusiasmo ao falar sobre livros. “Fico maravilhada quando chegam novos títulos e faço planos de ler todos. Mas a verdade é que o tempo é pouco. Em alguns dias da semana, venho de ônibus, da Zona Noroeste pra cá, só para ficar lendo durante o trajeto”.

Outra paixão é receber o público. “Aqui não formamos apenas leitores, fazemos amizades, escutamos e aconselhamos pessoas. Fazemos o papel de terapeutas através das nossas conversas e indicações de leitura. Às vezes as pessoas vêm aqui querendo desabafar, e acabam pedindo a indicação de livros. Costumo pensar que a cada obra que indicamos pode ser um remédio a menos que a pessoa esteja tomando”.

Por conta do vasto conhecimento e experiência na área de atuação, Sueli também é requisitada para auxiliar a reformatar as demais bibliotecas da rede pública e  implementar novos projetos. “Criamos uma cadeia entre as bibliotecas. Todos falamos a mesma linguagem, que é ajudar as pessoas. Me sinto muito respeitada como profissional. Os gestores públicos conhecem a bagagem que possuo e me chamam para discutir os planos e contribuir com ideias”, orgulha-se.

Sueli procura se atualizar e pesquisar referências. “Quando as pessoas pedem indicação, pergunto o que gostam de ler e, mesmo que não tenha lido algo do seu autor favorito, tento indicar obras que sigam a mesma linha”. Sobre a ‘Mario Faria’, ela destaca o empenho da equipe e carinho do público santista, que construiu uma verdadeira comunidade no equipamento. “Recebemos muita gente aqui, em média emprestamos 900 títulos por mês”.

A bibliotecária hesita, como mãe de dois ou mais filhos, quando perguntada sobre sua obra favorita. “Acho que nunca vou conseguir destacar um livro como preferido. Tenho autores queridos como Noah Gordon e José Saramago. Os brasileiros também: amo Luis Fernando Verissimo, tanto que quando alguém quer ler algo divertido indico ‘A Velhinha de Taubaté’, ‘Comédias para Ler na Escola’ ou 'As Mentiras que os Homens Contam'. Khaled Hosseini também é um autor que me causou bastante impacto”.

DIA DO BIBLIOTECÁRIO

Instituído pelo Decreto 84.631, de 12 de abril de 1980, o ‘Dia do Bibliotecário’ é comemorado em 12 de março, data em que nasceu o escritor e poeta Manuel Bastos Tigre (1882 - 1957), o primeiro bibliotecário concursado do Brasil. Celebrado pela grande contribuição social e cultural, Tigre era engenheiro de formação e trocou a ocupação pela biblioteconomia após conhecer o bibliotecário Melvil Dewey, que instituiu o Sistema de Classificação Decimal. Aos 33 anos de idade prestou concurso e se classificou em primeiro lugar para trabalhar na Biblioteca Nacional (RJ), onde atuou por dois anos, assumindo em seguida a direção da Biblioteca Central da Universidade do Brasil. Lá, trabalhou junto ao reitor da instituição, mesmo depois de aposentado.