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De portas abertas, Mercado de Peixes de Santos abre novo capítulo na história

Publicado: 18 de julho de 2020 - 13h59

ANDRESSA LUZIRÃO

"Hoje é dia de alegria" era a frase dita alto e bom som por uma funcionária de um dos boxes do Mercado de Peixes de Santos, cuja nova ‘casa’ de dois mil metros quadrados teve as portas abertas ao público neste sábado (18), na Ponta da Praia.

Eram 7h e uma nova história começou a ser escrita no tradicional ponto de venda de pescado da Cidade, localizado agora na Avenida Mário Covas, 3.050, entre as ruas Vereador Henrique Soler e Dona Amélia Leuchtemberg.

Santistas e moradores de outros municípios movimentaram o primeiro dia de funcionamento do espaço, que integra o pacote de intervenções do projeto Nova Ponta da Praia. E se depararam com atrações do antigo endereço, as garças, representadas em esculturas em fibra. Seis delas estão espalhadas pelo ambiente, um atrativo aos clientes, que ainda conferem uma breve história do equipamento em um painel, além de paredes com painel de ladrilho hidráulico no formato de peixes.

Com funcionamento diário das 7h às 18h, na atual fase de retomada econômica e flexibilização da quarentena o Mercado tem limitação de 40% da capacidade de público, aferição de temperatura corporal na entrada (limite de 37,5°C), disponibilização de álcool em gel nos boxes e uso obrigatório de máscara, inclusive pelos funcionários.

Cliente há 15 anos, a aposentada Vânia Rodrigues, 74, moradora da Ponta da Praia, foi comprar pescada e linguado, e aproveitou para tirar fotos das instalações pelo celular. “Vou mandar para amigos e familiares espalhados pelo País. Está maravilhoso, mais espaçoso e organizado. Eu esperava por isso há muito tempo”.

A família do comerciante Antônio Carneiro Campos, 42, que está em Mongaguá, destacou a higiene e a luminosidade. “Sempre quando venho em Santos, passo aqui. Digo que é o shopping onde faço minhas compras. Mudou bastante o aspecto de higiene e o ambiente ficou mais claro. Está muito legal”. O engenheiro Gustavo Quinaglia Cavicchio, 31, de São Bernardo do Campo, foi comprar camarão para levar aos pais que moram em Santos e ratificou: “Está mais organizado, limpinho, com aparência bem melhor”.  

FILME E PROSPERIDADE

Um verdadeiro filme passou na mente da comerciante Carla Vilalta, 48, gerente de um dos boxes ativos desde o início da inauguração do Mercado, há 38 anos. “Tudo começou com meu sogro, já falecido. Somos a segunda geração. Ele tinha uma barraca em frente à delegacia (3º DP) e depois pegou a permissão do boxe. Meu marido tinha nove anos e, desde então, nunca mais saiu. Entrei para essa história há 28 anos. Estamos perpetuando uma vida no pescado”.  

Para ela, a mudança foi emocionante e a expectativa é positiva. “Sair do lugar que nossa família construiu foi muito emocionante. Passam várias histórias de coisas que vivemos ali. E agora é uma expectativa boa. O Mercado está bonito, começamos a vender cedinho e não paramos, nem tomei café da manhã. A gente começa uma vida nova com muita prosperidade. Estamos bem felizes”.

O gerente Francisco Adenilton Gomes, 37, de outro boxe, também tem ‘estrada’ ali. “Trabalho há 19 anos no Mercado. Construímos uma história naquele local antigo e agora vamos construir uma nova aqui. Que ela seja maravilhosa e com certeza vai ser”. Os comerciantes dispõem de área refrigerada para o lixo, além de câmara fria para armazenamento de gelo e banheiros exclusivos. O acesso de serviço deles é independente do destinado ao público.

CLIMATIZAÇÃO E ACESSIBILIDADE

São 20 boxes de comercialização de pescado, cinco a mais que no antigo mercado, de onde migrou parte dos permissionários. Os outros espaços foram ocupados por comerciantes da chamada “rua do peixe” – cuja extinção foi exigida pela Justiça. No local também há venda de temperos.

O prédio é totalmente climatizado, com sistema de drenagem dotado de separador de escamas e filtro para evitar o odor na vizinhança. Também é acessível (inclusive os sanitários), com rampas e elevador de acesso ao mezanino. O estacionamento tem capacidade para 40 veículos.

Sem custo para o Município, a obra foi executada pela iniciativa privada como parte de uma compensação exigida pela Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) pela desativação de um centro de convenções localizado no Núcleo de Intervenção e Diretrizes Estratégicas (Nide) Sorocabana, no Campo Grande.

 

Fotos: Susan Hortas

Galeria de Imagens

Homem na porta de entrada do mercado mede temperatura corporal de quem entra. #Paratodosverem
Fachada do novo equipamento, com uma grande letra M que forma o contorno da porta de entrada. #Paratodosverrem
HOmem está junto a box de pescados. #Paratodosverem
Vista geral da área interna com os boxes. #Paratodosverem
Vista geral da área interna, com garça de resina decorando o ambiente. #Paratodosverem