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De peixe pré-histórico a pinguins que atendem a assobio: a vida marinha no Aquário de Santos

Publicado: 29 de junho de 2020 - 7h56

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Maria Estela Galvão
Peixe pré-histórico, tanques que simulam vários ecossistemas como praias e florestas, e pinguins que até fazem fila para comer depois de um assobio. Não faltam curiosidades sobre os cerca de mil habitantes do Aquário de Santos, que nesta quinta-feira (2) completa 75 anos.

São cerca de mil ‘moradores’, entre nativos e exóticos, de 100 a 120 espécies diferentes. Um verdadeiro universo de história e biologia, sob os cuidados dos administradores do parque, que mantém atividades mesmo estando fechado por conta das medidas restritivas à pandemia do coronavírus.
“A gente não para. Em nenhum momento. Somos totalmente dedicados a esses animais”, afirma o biólogo marinho e coordenador do Aquário Alex Ribeiro, que ajudou o Santos Portal a destacar algumas curiosidades. Veja a seguir:

 

 

 

NÚMEROS

São 32 tanques de água doce e salgada com quase um milhão de litros de água. Lá vivem mil exemplares de 100 a 120 espécies.

ANIMAIS NATIVOS E EXÓTICOS

O Aquário conta com animais nativos e exóticos, de várias partes do mundo, como os peixes-palhaço do Pacífico e peixes do sudeste asiático.

PIRAMBOIA

Há dois exemplares desse peixe amazônico no parque. A espécie é bastante peculiar, porque representa uma transição entre os anfíbios e os peixes. Possui nadadeiras modificadas, parecidas com patas, e precisa subir à superfície para captar o ar atmosférico e respirar. “Meio anfíbio, meio peixe, é literalmente um fóssil vivo”, diz Ribeiro.

TANQUES TEMÁTICOS

Cada tanque reproduz um ecossistema para manter os peixes o mais perto possível de suas respectivas realidades. Praia arenosa, costão rochoso, manguezal, Mata Atlântica e Floresta Amazônica são alguns deles. O da praia arenosa tem animais de arrebentação como pampos, enguias, corcorocas e miriquitas. Uma caixa acoplada ao tanque derrama a cada minuto uma quantidade de água que provoca ondas, simulando a praia. E o substrato de areia – que esconde alimentos e também serve como abrigo – ajuda no cenário.

LINGUADO

É neste mesmo tanque que vive o linguado. Enquanto se desenvolve, ele passa por uma metamorfose que faz com que olhos, boca e nadadeiras fiquem todos de um único lado.

OSCAR

O nome do mais importante prêmio do cinema batiza o peixe mais doado ao Aquário e que vive no tanque que simula a Floresta Amazônica e um igarapé (curso d’água muito comum na Bacia Amazônica). Ele é muito procurado pelos aquaristas, que se espantam quando percebem que o peixe, de bem pequeno, vira um “gigante” de 30 centímetros. “Eles têm uma mancha na cauda que confunde o predador com a direção do olho. Muitos aquaristas acabam doando e nós recebemos, caso contrário são descartados de forma incorreta. Mas a gente pede que ligue antes para conversar”, explica Ribeiro.

ALIMENTAÇÃO 

O fornecimento de pescado é feito dentro de padrões sanitários. E haja comida! São 250 quilos por semana, ou quase uma tonelada por mês. É preciso separar todo o alimento manualmente, conforme a necessidade dos peixes, já que tem animalzinho com uma boca de apenas três milímetros! Camarão, marisco, sardinha, manjuba, tentáculos de polvo e lula fazem parte do cardápio.

PINGUINS

Uma das principais atrações do Aquário são os pinguins-de-magalhães. Atualmente, 11 fofuras vivem por lá. São figurinhas supersimpáticas, mas que exigem muita atenção na hora da alimentação. Uma delas, por exemplo, recusa sardinha e só come manjuba. “São facilmente condicionados e fazem fila para comer quando são chamados por assobio. Assim, garantimos a nutrição e sabemos que todos comeram”.

CONTROLE DE PESO

Quem pensa que animal aquático não passa por controle de peso está enganado. De manejo mais fácil, as tartarugas, tubarões e pinguins são constantemente pesados, controle importante para o caso de alguma dieta especial.

TUBARÕES

O Aquário tem um casal de tubarões-gato, espécie cujo órgão reprodutor é em pares: dois ovários, dois úteros. A fêmea, ao emprenhar, põe os ovos quatro meses depois. E, adivinhem: tem filhote a caminho! “Ela está ficando mais madura, os filhotes estão vindo mais completos, mais formados. Estamos na torcida”.

O CAÇULA E O MAIS VELHO

Apesar de cerca de mil moradores, não é difícil saber qual deles está há mais tempo no parque: uma tartaruga-mordedora, que chegou há cerca de 16 anos. E os caçulinhas são 27 peixes-palhaço, doados pelo maior criador da espécie no Brasil como presente para o aniversário do Aquário. De cores chamativas e listras verticais, são pequenos e demoram entre dois e três anos para virarem adultos. “Existem sete espécies. Eles não são retirados da natureza, e sim reproduzidos em cativeiro”, esclarece o biólogo.

 

A série especial continua nesta terça-feira (30), com reportagem sobre o trabalho de reabilitação dos animais marinhos.

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Fotos: Isabela Carrari, Francisco Arrais e Aquário/divulgação