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Curso para atendimento aos adolescentes prossegue hoje

Publicado: 29 de maio de 2001
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Ginecologia da Adolescente e Concepção e Anticoncepção serão os temas das palestras de hoje do 1 Curso de Capacitação para o Atendimento aos Adolescentes, ministradas pelas médicas Leila Fernandes e Maria José Santana. Promovido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), reúne profissionais da rede que trabalham diretamente com adolescentes. O encontro, na Associação dos Médicos de Santos, das 11 às 14 horas, termina na sexta-feira, com apresentação do Programa de Atenção Integral a Saúde do Adolescente do Estado de São Paulo, pela coordenadora Albertina Duarte Takiuti, e de Experiências desenvolvidas por equipes de atendimento ao adolescente das cidades de Jacareí, Itú e Araraquara. Ontem, os participantes do curso, além da orientação teórica, tiveram laboratório de Grupos de Reflexão. Segundo a Coordenadoria de Saúde da Criança e do Adolescente, da SMS, as dinâmicas de grupo têm contribuído para uma maior conscientização dos participantes sobre os temas apresentados durante as palestras. PREVENÇÃO Conhecedora dos problemas vivido pela maioria dos adolescentes, a médica e professora titular de Pediatria da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, Verônica Coates, alertou, ontem, durante sua palestra sobre Crescimento e Desenvolvimento, que o adolescente, na verdade, não deveria ser tratado pelos pais, professores e profissionais de saúde por sua idade cronológica e sim pelo estágio, no caso aspecto físico. Esse tratamento diferenciado, evitaria uma série de problemas e riscos que enfrentam desnecessariamente. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a adolescência começa aos 10 anos e se prolonga até os 19 anos, depois dos 20 aos 24 anos é a fase da juventude. Hoje, um adolescente de 15 anos, muitas vezes apresenta um aspecto físico de um jovem de 23 anos. Claro, que não poderá ter o mesmo tratamento de uma pessoa com a mesma idade (15 anos) e que tem as características físicas dessa faixa etária, afirmou, destacando que a mudança de comportamento no atendimento por parte dos profissionais, a partir dessa visão, evitaria uma série de transtornos aos adolescentes, principalmente em termos de respaldo diante da própria família e da sociedade. A falta de uma identidade definitiva do próprio adolescente também contribui como fator predominante para os riscos que enfrenta nessa faixa etária. Na opinião da professora e médica, a prevenção contra todos os problemas que são obrigados a conviver deve começar na própria casa, com um diálogo franco com os pais. Tanto o pai como a mãe são fontes de referência para a educação e comportamento sexual dos filhos. Eles têm que explicar de forma clara, objetiva e naturalmente. Devem responder a medida que as dúvidas surgirem, sem criar tabus, observou, lembrando que o adolescente passa por várias fases e precisa estar bem estruturado para saber enfrentá-las. Segundo Verônica Coates, as pessoas precisam estar melhor preparadas para saber lidar com os adolescentes. Ela explicou que eles têm pensamentos mágicos durante um período onde acreditam que nada acontece com eles. Sempre vai acontecer com o vizinho ou um amigo, afirmou. Em uma outra etapa da adolescência, de acordo com a médica, eles, quando atingem a idade de 13 a 14 anos, pensam apenas no concreto e não no abstrato. É fase que querem revolucionar o mundo. Em seguida, entre 15 e 16 anos, vem o período em que pensam de forma abstrata, quando se tornam mais vulnerável aos riscos. Gostam de se viver em turmas, sem medir consequências e acabam adquirindo vícios, como o de fumar e beber, enfatizou, salientando que só na fase final da adolescência é que começam a aprender o que é certo ou errado. A médica destacou ainda a importância de ser dada uma atenção especial ao adolescente, principalmente por parte dos educadores, das pessoas que trabalham diretamente com eles e pelos próprios pais. Temos que resgatar a auto-estima, fazer com que eles tenham um plano de vida. Por isso, é importante que os tratamentos sejam feitos por equipes multidisciplinares, com médicos, assistente social e psicólogos. É sempre bom lembrar que não falta QI (quoeficiente de inteligência) ao adolescente e sim, na maioria das vezes, estrutura familiar.