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Curso em Santos ensina defesa pessoal a mulheres com deficiências

Publicado:
30 de setembro de 2023
16h 31
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mulher treina soco com professor usando kimono #paratodosverem

Nenhuma mulher está livre de, um dia, ser alvo de um ato de violência. Uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta que 18,6 milhões de brasileiras foram vítimas de algum tipo de agressão em 2022. Pensando nisso, a Prefeitura de Santos estendeu o curso de defesa pessoal feminina ‘Eu me Defendo’, criado em 2019, para mulheres com deficiências físicas, visuais e auditivas. A última edição do ocorreu neste sábado (30), na Arena Santos.

"Nós ensinamos algumas técnicas básicas para que elas tenham a oportunidade de se proteger durante uma situação de agressão ou ameaça. O que fazemos é mostrar o que se pode fazer quando se tem o treinamento correto", explica o professor de caratê Fábio Abreu, da Secretaria Municipal de Esportes (Semes), que conduziu o encontro. "O objetivo é conscientizá-las da importância de praticar alguma arte marcial como forma de autodefesa".

O profissional ensina na prática maneiras de as mulheres se protegerem dos ataques considerados mais comuns. As alunas interagem entre si, sempre com uma delas fazendo o papel do agressor, enquanto a outra fica na posição da vítima que tentará anular a investida. São utilizadas técnicas de caratê, mas também referências do muay thai, judô, jiu-jítsu e taekwondo. "Procurei fazer um mix de tudo".

ARMAS NATURAIS

São abordadas técnicas evasivas, como saídas de diversos tipos de agarramento e imobilizações, de projeção ao solo e, ainda, as contundentes, com a utilização das armas naturais do corpo humano. A atividade é uma iniciativa das coordenadorias de Políticas para a Mulher (Comulher) e de Defesa de Políticas para Pessoa com Deficiência (Codep), ambas ligadas à Secretaria da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos (Semulher).

Roseli Madeira Fontes é cadeirante e participou da ação pela terceira vez. "Eu já faço capoeira, então é uma complementação", disse. "Espero nunca ter que usar, mas aprendizado nunca é demais".

Já Kerolaine Barbosa tem deficiência auditiva e elogiou o curso: "Vim para aprender como a mulher pode se defender. Como posso ter segurança, porque podemos ser vítimas na rua, em casa, em qualquer lugar", comentou, com o auxílio da intérprete que integra o workshop.

VULNERÁVEIS

Coordenadora de Políticas para Pessoas com Deficiência da Prefeitura de Santos, Cristiane Zamari explica que a atividade integrou o pacote de ações do Mês Oficial de Inclusão Social das Pessoas com Deficiência (setembro): "As mulheres deficientes são duplamente vulneráveis, conforme convenção da ONU (Organização das Nações Unidas). Queremos conscientizá-las de que elas também têm condições e habilidades para se defender".

Esta iniciativa contempla o item 3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Saúde de Qualidade. Conheça os outros artigos dos ODS

Fotos: Francisco Arrais