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Curso de defesa pessoal em Santos beneficia mulheres com deficiência

Publicado: 10 de dezembro de 2022 - 13h05

Voltado para mulheres com deficiências físicas e intelectuais de Santos, um curso de defesa pessoal reuniu alunas de diferentes idades na manhã deste sábado (10), na Arena Santos. A atividade fez parte da Virada Inclusiva e foi organizada pela Coordenadoria de Defesa de Política para Pessoa com Deficiência (Codep) da Secretaria Municipal da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos (SeMulher).

O curso foi dividido em quatro etapas. Iniciado com um alongamento, o trabalho consistiu em relaxamento muscular e controle de respiração das alunas. Dentre os principais benefícios da atividade, está a orientação espaço-temporal, que visa melhorar a amplitude dos movimentos corporais e ainda trazer ganhos para as Atividades de Vida Diária (AVD).

PROTAGONISMO

Na sequência, com exercícios adaptados para cada aluna, foi iniciada a prática de defesa pessoal. A atividade começou com um trabalho de esquivas, onde cada participante aprendeu técnicas para fuga de enfrentamentos. Em seguida, diversos movimentos de defesa e ataque foram explicados pelo professor Márcio Santos.

Para ele, o curso de defesa pessoal não traz somente benefícios físicos e aprendizado técnico aos participantes, mas também promove protagonismo às mulheres. “As pessoas com deficiência estão cada vez mais inseridas na sociedade. O processo de inclusão deve ser contínuo e o esporte promove melhora da autoestima e mais qualidade de vida a todos. Esse curso de defesa pessoal traz a oportunidade de protagonismo para essas mulheres, pois elas participam ativamente e se sentem integrantes de todo um trabalho”, salientou Márcio, que contou com o auxílio dos professores Vanessa Peres e Calmon Ribeiro.

PARTICIPANTES

Cadeirante há 11 anos, Roseli Fontes, 65, foi acometida pela Síndrome Pós-Pólio. Trata-se de uma desordem do sistema nervoso que se manifesta em indivíduos que tiveram poliomielite há 15 anos ou mais. A doença causa fraqueza muscular e progressiva, fadiga, dores musculares e nas articulações.

“Mais do que aprender a se defender, vejo esse curso como uma atividade física fundamental para minha qualidade de vida. Há alguns anos perdi a força na musculatura do tórax e do braço. E é por isso que sempre ressalto a importância de vacinar todas as crianças contra a poliomielite. Gostaria de dar esse recado para todos papais e mamães”, salienta Roseli.

Também acometida pela mesma síndrome, Maria Célia da Silva, 71, foi outra cadeirante participante da atividade. Ativa e apaixonada por esporte, faz capoeira inclusiva, natação, mas sempre teve curiosidade sobre aulas de defesa pessoal. “Digo que todo aprendizado é válido e com esse curso não é diferente. Uma atividade como essa é boa para o nosso corpo e mente”.

Já Isabela Fernandes, que tem Síndrome de Down, compareceu à aula acompanhada da sogra, Vilma Sestaro. A influencer digital, de 33 anos, também demonstrou empolgação com a aula na Arena Santos. “É a minha primeira vez nesse tipo de curso e me sinto uma representante das pessoas com Síndrome de Down. Espero que eu sirva de inspiração para outras mulheres”, concluiu ela, que divulga a rotina do seu dia a dia com o marido pelas redes sociais.

Fotos: Raimundo Rosa.

Galeria de Imagens

Movimentos de esquivas foram passados às alunas.