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Curso abre a campanha não deixe a hepatite pegar você

Publicado: 14 de abril de 2003
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A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em parceria com o Sindicato das Escolas Técnicas Profissionais e Similares do Litoral Paulista, realizou, ontem à tarde (14), o primeiro curso de biossegurança contra a hepatite B e C voltado para os profissionais cabeleireiros, manicures, podólogos, barbeiros, tatuadores, aplicadores de piercing entre outros. Cerca de 30 pessoas participaram das palestras, cujo objetivo é informar e conscientizar esses trabalhadores da importância da aplicação de normas de higiene – desinfecção e esterilização - para evitar a transmissão da doença. A primeira parte do curso foi dirigida pelo médico infectologista da Vigilância Sanitária que explicou o que é a hepatite, dando ênfase nos tipos B e C. Segundo o profissional, a transmissão atinge milhares de pessoas e não apenas os usuários de serviços estéticos. Entretanto, como 50% dos contaminados não sabem de que forma contraíram a doença, é preciso estar atento a todos os segmentos que usam instrumental perfurante. A transmissão se dá por contato sanguíneo e também por via sexual (nesse último caso, especialmente a hepatite B). Um dos grandes desafios de diagnosticar, de forma precoce, a doença é que 95% dos casos são assintomáticos (não há nenhum sintoma durante vários anos) e tem períodos de incubação muito longos, variando de 60 a 180 dias. Quem quiser pode fazer os testes gratuitamente nas policlínicas, sendo Santos uma das primeiras cidades do Brasil a oferecer esse serviço. A Hepatite C é a mais grave, pois ainda não tem vacina e a incidência é oito vezes maior que a da Aids. No mundo são 170 milhões de infectados (o número é igual a população do Brasil), no país são aproximadamente quatro milhões . Em Santos há estimativa de 1% da população contaminada, média que se registra em bancos de sangue. Mas a maioria desconhece essa situação. A médica do programa de DST/Aids/ Hepatites, Márcia Frigério, abordou a questão da prevenção, ressaltando os cuidados no uso e esterilização dos equipamentos comumente usados pela classe, como alicates, tesouras, agulhas e lâminas. Um dos exemplos dados no curso foi o uso de "forninhos" para esterilização que não atinge a temperatura mínima exigida, que é de 170° graus, no mínimo uma hora; esse fato torna as pequenas estufas ineficazes na eliminação dos vírus presentes nos aparelhos. Para a manicure Kátia Augusto dos Santos é muito importante haver cursos como esse, que nos ajudam na prevenção de doenças como a hepatite. Isso nos dá elementos para termos maiores cuidados com nossos clientes e também com nós mesmos. Kátia acredita que poucos profissionais da área se interessam pelo assunto, por isso a necessidade de haver divulgação dessas informações pelos profissionais de saúde e também entre os colegas de trabalho. Os interessados em informações e materiais sobre o assunto podem entrar em contato com o sindicato da categoria ou com a Vigilância Sanitária, 3219-2420. PROJETO DE LEI Está em avaliação na Procuradoria Geral do Município para encaminhamento à Câmara um projeto de lei que visa tornar obrigatório a aplicação de cursos sobre normas técnicas para desinfecção, esterilização e utilização do material usado por cabeleireiros e afins. Os cursos deverão ficar a cargo dos sindicatos e associações de cada categoria profissional. Em maio haverá vacinação contra a hepatite B para os profissionais dessas áreas.