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Crianças e adolescentes com deficiência auditiva curtem visita ao Jardim Botânico em Santos

Publicado: 23 de setembro de 2022 - 17h19

O Centro de Referência em Saúde Auditiva (Secresa) promoveu, nesta sexta-feira (23), um passeio com crianças e adolescentes atendidos pela unidade no Jardim Botânico Chico Mendes, na Zona Noroeste, em Santos. A atividade foi uma celebração alusiva ao Dia do Surdo, comemorado no dia 26 de setembro.A visita, que teve a presença da equipe multidisciplinar da Secresa e intérpretes de Libras da Coordenadoria de Defesa de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência (Codep), além dos responsáveis pelos pacientes, contou com passeio monitorado, apresentando as coleções botânicas do jardim, curiosidades sobre a biologia das árvores e a interação da fauna com a flora. Após a caminhada, as crianças foram até o Centro de Aprendizagem em Compostagem e Agricultura Urbana (Cacau) do Jardim Botânico, onde fizeram o plantio de mudas em garrafas PET e aprenderam sobre os diversos métodos de compostagem.A chefe da Secresa, Renata Pimenta Gomes do Nascimento Alencikas, afirma que as ações realizadas na data são voltadas à conscientização dos direitos e da inclusão da pessoa com deficiência auditiva. Essa foi a primeira ação externa da Secresa alusiva ao Dia do Surdo.

A fonoaudióloga Jéssica Blanca Santos explica que uma das maiores dificuldades no processo de adaptação à surdez, nos casos em que o paciente desenvolve a deficiência com o tempo, é a compreensão de fala, o que afeta muito a parte social.

“Como muitas vezes esse paciente não entende o que está acontecendo, ele se sente excluído. Fazemos a terapia pensando na criança de forma integral, por isso trabalhamos com profissionais da psicologia e serviço social”.Ela ainda ressalta que atividades como o passeio no Jardim Botânico ajudam a superar os obstáculos na comunicação das crianças atendidas. “Você sai da terapia e de outras atividades que está acostumado e vai para um ambiente diferente, o que também acaba estimulando as habilidades sociais”.

A fonoaudióloga Natália Cândido Mascaro fala sobre a abrangência do trabalho psicológico na seção, que também orienta os familiares assim que as crianças recebem o aparelho ou passam por cirurgia. “Fazemos o acolhimento e os ensinamos a acolher, além de mostrar o que eles podem fazer em casa antes da reabilitação auditiva”.

Renata Pimenta, Jéssica Blanca e Natália Candido

Valdemir Magalhães Andrade, 54 anos, levou a filha Julia, de 13 anos, para a atividade. O pai conta que ela nasceu após 5 meses de gestação e teve uma perda auditiva que foi se agravando por conta dos medicamentos necessários para o tratamento da prematuridade. Ele considera as terapias essenciais para o desenvolvimento da filha.

“Ajuda muito na ambientação deles com as pessoas e os meios de informação que são muito mais dinâmicos hoje em dia. Eles querem ter a interação com essa informatização global, querem participar desses meios de comunicação, e esse trabalho também ajuda nisso.”

Andrade também destaca a importância da ação para incluir os deficientes auditivos em novos espaços. “O passeio ajuda integrando à natureza, mostrando outros ambientes além da escola, o Secresa, a família... os tira da rotina e eles merecem isso, porque passam muito tempo no mesmo meio e são deixados de lado em vários lugares, mas aqui todos estão juntos.”

SECRESA

Inaugurado em 2005, o Secresa atende pacientes com deficiência auditiva de todas as idades. Para ser atendido pelo centro de saúde, o paciente com perda de audição deve ir até a sua policlínica de referência, que fará o encaminhamento para uma das unidades do Ambulatório de Especialidades (Nelson Teixeira ou Zona Noroeste) e, após avaliação, é mandado para o Secresa. Os recém-nascidos que falham no teste da orelhinha são encaminhados diretamente.

Os pacientes são atendidos continuamente, fazendo o ajuste da regulação anual dos aparelhos com os terapeutas.