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Crianças continuam no topo da lista de intoxicações

Publicado: 11 de julho de 2006
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A criança tende a imitar os pais. Pela curiosidade, acaba tomando o medicamento que vê pela frente, que está numa mesinha de cabeceira, à vontade. Essa é a explicação da chefe da Seção de Controle e Orientação em Intoxicação (Secoi), Eunice Teófilo Prieto, para o fato de crianças continuarem liderando o ranking de intoxicações, principalmente por medicamentos. No ano passado, dos 279 casos registrados por este agente tóxico, pela Secoi, 36,91% (103) atingiram menores de zero a 4 anos. Prieto conta que a intoxicação por medicamentos sempre aparece em primeiro lugar, com prevalência entre crianças. Há um descuido dos adultos e o acesso é fácil, aponta. No ano passado, representou 38,06% dos 734 casos atendidos pela Secoi, seguida pelos domissanitários (produtos de higiene doméstica), com 13,51%, e produtos químicos industriais (10,34%). As intoxicações por domissanitários também têm prevalência na faixa de zero a quatro anos, com 53,5% dos casos, ou seja, 53 dos 99 registros. Mas o que chamou a atenção dos técnicos nos atendimentos de 2005 foi o índice de tentativas de suicídio. Foram registrados 210 casos, o que representa 28,65% do total de atendimentos. Das intoxicações por medicamentos, 41,21% (115) foram tentativas de suicídio e entre aquelas em que o agente tóxico utilizado foi o domissanitário, o índice ficou em 10%. Analisando as intoxicações de modo geral, por faixa etária, nota-se que depois das crianças, os jovens entre 20 e 29 anos são os mais atingidos, com 14,5% dos casos. Os registros são maiores entre os homens, com 50,5% (371) dos casos. Quando à evolução, 74,1% tiveram cura e 3,2% morreram. Das 24 mortes, 87,5% foram por tentativa de suicídio, sendo 47,6% destas causadas por intoxicação por agrotóxico ou produto agrícola. A maioria dos óbitos ocorreu no sexo masculino (66,6%) e 37,5% na faixa etária entre 30 e 49 anos. ATENDIMENTO A Secoi oferece orientação, informação e conduta terapêutica em casos de intoxicação aguda por produtos industriais, de higiene doméstica, drogas, defensivos agrícolas e picadas e mordeduras de animais peçonhentos (cobras, aranhas, abelhas e escorpiões). Cada caso em toxicologia tem uma conduta diferente e um tratamento específico, que deve ser dado o mais rápido possível para evitar a absorção da droga pela corrente sanguínea, destaca a chefe da Secoi. Instalada no Hospital Guilherme Álvaro, na Rua Oswaldo Cruz, 197 – Boqueirão, a seção faz parte da rede nacional de assistência toxicológica, atendendo 24 horas pelo 0800-7226001 ou pelo telefone 3222-2878. Orienta profissionais de unidades de saúde, escolas, creches e o público em geral. A sua abrangência vai de Bertioga a Peruíbe, mas muitas vezes também socorre cidades do Vale do Ribeira. Ao todo, atuam no setor sete médicos, sendo três da Prefeitura de Santos e os demais de São Vicente, Guarujá, Bertioga e da Secretaria de Estado da Saúde.