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Com passagem pela Semes e apoio da Fupes, Thayná Araújo é um exemplo de quem vive do esporte

Publicado: 15 de janeiro de 2019 - 9h00

Wolney Lima

 

Conseguir ter uma vida independente, com apenas 21 anos, não é comum. Quando se trata um atleta, menos ainda, principalmente se não for do futebol. Mas essa é a realidade para a ciclista santista Thayná Araújo, da equipe Memorial/Fupes e da seleção brasileira.

Tudo começou por acaso, aos 12 anos, quando morava na Vila Telma (Zona Noroeste). A Escola Bike Service, através de um trabalho social, realizava uma corrida para crianças, numa praça, em frente à subida do Morro do Ilhéu, no Bom Retiro. Podiam participar com qualquer bicicleta.

“Eles sempre faziam aquela corrida, até que uma vizinha me incentivou, eu fui e venci. O organizador, Antonio Carlos, ‘Negão’, me chamou para entrar na escola e aceitei. Ele me treinou e logo comecei a competir, ganhei provas e títulos, foram três anos ali”, recorda Thayná.

Com 15 anos, chegou na Escola da Semes e passou a ser treinada pelo técnico Cláudio Diegues, que a integrou também na equipe da Fupes. Desde então, passou a contar com a ajuda do Programa Adote um Atleta. Também através de Fupes, ao concluir o ensino médio, ganhou uma bolsa de estudos na Unisanta. Em 2019, vai para o último ano do curso de Educação Física.

 

MUDANÇA DE VIDA

 

Durante sua carreira no ciclismo foram muitas conquistas. Entre elas cinco títulos brasileiros, cinco paulistas e diversos metropolitanos, além de outras vitórias em competições nacionais e internacionais. Os resultados a colocaram desde 2017 na Seleção Brasileira de Ciclismo.

Com todo esse currículo, no meio deste ano veio mais uma grande vitória, mas desta vez fora das pistas. Após um processo seletivo passou a fazer parte da Força Aérea Brasileira, onde vai participar, em 2019, dos Jogos Mundiais Militares e o Mundial Militar de Ciclismo.

Thayná vive um momento especial. “No começo do ano, já havia conseguido sair da casa dos meus pais para morar sozinha. Estou perto da universidade e também da balsa, já que treino diariamente na estrada. Posso ficar como 3º sargento da FAB por até oito anos, tenho uma tranquilidade financeira que permite dedicação exclusiva aos treinos e estudos. Sou grata a todo apoio que recebi para chegar até aqui, não esperava aos 21 anos alcançar tudo isso”.

 

TREINADORES

 

Responsável por identificar o talento, Antonio Carlos 'Negão’, acompanhou todo o início da carreira de Thayná. Além de treinar, orientava, viajava junto para as competições e trazia apoiadores. Hoje, acompanha satisfeito as conquistas da atleta que não esquece de quem a ajudou.

“Ela sempre foi muito coordenada, era também ótima no atletismo e teve que escolher. Levei-a para a Semes, pois sabia que teriam mais condições de ajudá-la. Muitas crianças têm talento mas nem todas estão dispostas a se dedicar. Me sinto realizado por ver o que está acontecendo, tenho orgulho e me sinto parte disso”.

Para o técnico da equipe Memorial Fupes, Claudio Diegues, 2019 será de crescimento. “Ela vai fazer um estágio na Bélgica, vai treinar e competir lá, assim como em outras provas na Europa. Vai evoluir, lá estão em outro nível. Brigar por uma vaga nos Jogos de Tóquio 2020 não está descartado, mas em Paris 2024, já estará mais amadurecida como pessoa e atleta”.

“A Thayná está no caminho de outras santistas que brilharam na seleção como Carla Gardenal, Nelma Raizer e Vera Santos. Ela já serve de referência para os mais novos, sabe disso e está presente em todos os eventos e ações. Nunca tivemos um atleta do ciclismo, formado em Santos, em Jogos Olímpicos, entendo que ela tem essa possibilidade”, completa Diegues.

 

APOIO

A Fundação Pró-Esporte de Santos (Fupes) é responsável pelo esporte de rendimento da Cidade, obtendo convênios para tratamento médico, fisioterápico, nutricional e fisiológico para os atletas que representam Santos em competições oficiais.

Gerencia também o Programa Adote um Atleta, que concentra recursos municipais e, quando existem, da iniciativa privada, além de viabilizar bolsa de estudos nas universidades. Em 2018, foram 481 atletas, em 52 modalidades, com um valor R$ 2,9 milhões para o Adote, além de 50 bolsas de estudo.

 

Foto: Raimundo Rosa