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Centro comemora retomada do crescimento

Publicado: 13 de agosto de 2004
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O Centro de Santos vive uma nova fase, um período de transformação. No ano passado serviu de cenário para a minissérie Um Só Coração, sobre os 450 anos de São Paulo. Freqüentemente é escolhido como locação para programas e comerciais de TV. Grupos de turistas, muitos estrangeiros, percorrem pontos históricos, apreciam os diferentes estilos arquitetônicos dos nossos prédios, em ótimo estado de conservação. Estes pequenos exemplos mostram que devemos comemorar o Dia do Centro (16). A data, festejada na segunda-feira (16), foi instituída há quatro anos pela Lei nº 1.891 de 2000 e não é casual. Em 16 de agosto de 1857 entrou em circulação o jornal O Comercial, que abordava as questões do comércio na área central da Cidade. Assim como a instituição da data, o periódico também foi criado para impulsionar a retomada do desenvolvimento na região, que não estava numa boa fase. O interesse da mídia pelo Centro de Santos é reflexo do Programa de Revitalização e Desenvolvimento da Região Central Histórica de Santos, popularmente conhecido como Alegra Centro, que deu ao local uma nova vocação. Detentor de um dos mais importantes conjuntos arquitetônicos remanescentes no país, o Centro olhou para o passado para alavancar o futuro. A Prefeitura ofereceu isenções fiscais, apostou na área central e se empenhou na sua recuperação. As intervenções – promovidas com verbas do governo estadual -, como a reurbanização das praças, reforma da Estação do Valongo, do Terminal de Passageiros Giusfredo Santini (em andamento), Mercado Municipal, Teatro Coliseu (em fase de acabamento), Outeiro de Santa Catarina, instalação da linha do Bonde Turístico, que virou o xodó da Cidade -, atraíram novos comerciantes. Também incentivaram quem já estava por aqui a recuperar seu imóvel. Até a Alfândega acompanhou o processo iniciado pela Prefeitura, ressalta o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Santos, Amadeu Lopes Lousada. O comerciante, estabelecido no Centro há mais de meio século, conta que as pessoas estão vindo mais para a região, seduzidas pelo bonde, ‘uma atração peculiar’, pelo atendimento diferenciado e pela rica história da ‘Cidade’. O Centro também foi escolhido para abrigar a Incubadora de Empresas, instalada na Rua do Comércio, 44. O projeto, desenvolvido pela Secretaria de Planejamento, em parceria com instituições ligadas ao comércio e universidades, visa alavancar novos empreendimentos. Como em uma maternidade, a Incubadora assessora as empresas nos primeiros anos de vida, fase em que se está dando os primeiros passos, em que se verifica o maior número de fechamentos e falências. LAZER NO CENTRO As pessoas não vão mais ao Centro só para ir ao banco ou às compras. Hoje o local é procurado também para o happy hour, o jantar com os amigos e badaladas festas em aconchegantes bares e restaurantes. É também opção para o passeio com a família no fim de semana: todo domingo à tarde tem música no suntuoso salão do pregão da Bolsa de Café, além de um fascinante roteiro histórico a ser percorrido. A nova cara do Centro está atraindo empresários, como o jovem casal Shirley Hiromi e Sérgio Sassaki. Encantados com a recuperação do local, ficaram um ano e meio "namorando" a região, analisando o movimento até tomarem a decisão de montar o novo negócio. No último dia 29, inauguraram o Atami Restaurante e Bar, na Rua XV de Novembro, 100, especializado em comida japonesa, com atendimento de segunda a sábado, tanto no almoço como no jantar. Shirley e Sérgio saíram do shopping para o Centro. Levaram sete meses para deixar o imóvel do jeito que queriam. O investimento foi alto, perdi as contas, mas acredito no potencial do Centro, revela Shirley. Quem está no bairro há muito anos também compartilha a euforia de quem está chegando. Manuel Rodriguez Gil, dono do Café Paulista, um dos mais tradicionais estabelecimentos do Centro, conta que a linha turística do bonde fez com que as pessoas voltassem a freqüentar o lugar. Todas as Cidades resgatam a sua história. Por que a gente não poderia também?!, questiona. Vizinho ao Café, o Ao Camiseiro surgiu em 1927 e assistiu às diversas modificações sofridas pela região. Carlos Eduardo Pappacena Carneiro, que herdou o negócio do pai, foi um dos primeiros a recuperar o imóvel, por iniciativa própria, o que, na época, lhe valeu isenção do IPTU. A recuperação é positiva, as firmas estão voltando para o Centro e até o visual é outro, ressalta.