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Centenário da umbanda sagrada é comemorado na semana da consciência negra

Publicado: 13 de novembro de 2008
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Os 100 anos de fundação da ‘Umbanda Sagrada’ serão comemorados nesta sexta (14), às 19h, no plenário Ulisses Guimarães, da Câmara Municipal. O evento é parte integrante da programação elaborada pelo CMPDCN (Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra) para festejar a passagem da Semana da Consciência Negra, que se estenderá até o próximo dia 21. Na segunda-feira (17), haverá a apresentação de capoeira e demonstração das religiões de matrizes africanas (candomblé e umbanda), na Praça Mauá, às 12h. E no dia 18, no mesmo local e horário, está prevista a apresentação do cantor Celso Lago. Para o dia 19, estão marcados três eventos: caminhada histórica com saída da Igreja Nossa Senhora do Rosário, às 9h; apresentação da escola de samba X-9, na Praça Mauá, às 12h, e entrega do Troféu Zumbi dos Palmares, em comemoração aos 120 anos da Abolição, na sede da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), na Praça José Bonifácio, às 19h. No dia 20, quando se celebra o ‘Dia Nacional da Consciência Negra', para relembrar as lutas do povo negro contra a escravidão, a discriminação e o racismo, ocorrerá o plantio de iroco e dendezeiro, seguido da colocação de flores no busto de Zumbi, na Praça Palmares, a partir das 10h, além de missa na Igreja Josefina Bahkita, às 18h, na Rua República Portuguesa, na Vila Nova.Dia 21, o ‘Grupo Andanças’ fará apresentação, na Praça Mauá, às 12h. SANTOS ABOLICIONISTA – PARTE 1 Santos nunca foi uma cidade escravocrata, na opinião do historiador Durwal Ferreira: Os representantes da raça negra que trabalhavam em casa de algumas poucas famílias eram mantidos sob remuneração e amparados como qualquer trabalhador comum da época, não sendo classificados como escravos. A historiadora Wilma Terezinha endossa essa observação, ao dizer que dois anos antes da promulgação da Lei Áurea, a cidade não se servia mais de escravos. A própria sociedade apoiava o movimento abolicionista e dava cobertura aos foragidos. Havia um pacto de silêncio para protegê-los. Mais comedido em sua análise, o historiador Olao Rodrigues, no livro ‘Cartilha da História de Santos’, relata que o município não tinha mais nenhum escravo três meses antes da abolição. Esse fato pode ter inspirado a frase no brasão de Santos: ‘Patriam Charitatem Et Libertatem Docui’ (À Pátria Ensinei a Liberdade e a Caridade). Mas todos são unânimes em afirmar que a população santista de uma forma geral aderiu em massa, deixando clara sua posição às barbáries cometidas contra os negros. Estes vinham de todos os cantos, na certeza de que sua liberdade seria defendida. Vários jornais apoiaram a ação dos munícipes, não deixando a idéia esmorecer e pondo em fuga os capitães-do-mato, diante de tão acirrada resistência. Para se ter uma idéia da importância que a cidade teve no cenário nacional durante a luta pela abolição, em 1823 (65 anos antes), o Patriarca da Independência, José Bonifácio de Andrada e Silva, já escrevia manifestos sobre a necessidade de se acabar com a escravidão. Nessa época, o município, de acordo com recenseamento publicado pela prefeitura em 1913, tinha 4.781 habitantes, sendo que quase metade (2.085) era de escravos.