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Censo do seaids constata queda da prostituição na cidade

Publicado: 4 de julho de 2001
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Pesquisa realizada em maio deste ano pela Seaids –Unidade de Controle e Prevenção de Aids, da Coordenadoria de DST/Aids da SMS, e divulgada em recente Fórum de Saúde do Centro, promovido pela Secretaria Municipal de Saúde, constatou que houve queda significativa - 56% - no número de trabalhadoras do sexo em Santos, em relação ao censo de 1994.Os levantamentos são realizados em função de trabalho de prevenção e orientação para esse grupo de risco, com ações integradas com a Secretaria de Ação Comunitária e organizações não governamentais. Um novo planejamento de ações está sendo feito em função do novo censo, cujos dados finais serão entregues na segunda edição do Fórum de Saúde do Centro, marcado para o dia 18 à tarde, no auditório da Unimes. A Universidade participa do projeto da Prefeitura em proporcionar mais saúde à população da área central. NÚMEROS - Em 1994 havia l.168 trabalhadoras do sexo atuando no Centro, Orla e casas de serviço de acompanhantes (scort-girls). Já o número levantado neste ano foi de 517, o que representa um avanço sob o ponto de vista de costumes. Já a rotatividade, dificulta o trabalho de prevenção, com mudança de prostitutas (para outros locais ou cidades) e chegada de novas trabalhadoras a Santos. No censo não aparecem as prostitutas ¨diferenciadas¨, geralmente com melhor grau de instrução e residindo fora do Centro. Essas atuam com celulares, e dentro de uma faixa de clientes masculinos de maior poder aquisitivo. O objetivo do censo é conhecer o universo da prostituição para ser definida a estratégia de atendimento a essa população.O trabalho da Seaids está integrado a um amplo projeto da SMS em melhorar o atendimento à Saúde no Centro, reduzindo o índice de doenças transmissíveis, inclusive com equipes do Programa da Saúde de Família. E faz parte da proposta abrangente do Executivo, em dar melhor qualidade de vida aos moradores da área Central da Cidade. As próximas etapas do trabalho da Seaids visa atualizar dados de utilização de drogas e número de portadoras de Aids. O último levantamento de 97, feito pela SMS em conjunto com a ASPE e Ministério da Saúde, indicava que a prevalência de portadores do HIV nessa população era de 8,9%. O uso de drogas de acordo com essa pesquisa, indicava que 40% utilizavam algum tipo de droga ilícita, sendo que 6,6% crack, 13,5%, cocaína, 16,5% maconha, 3,2%, droga injetável. Já l0,5% admitiam que os parceiros também utilizavam drogas. CRISE ECONÔMICA X PROSTITUIÇÃO - A redução da prostituição mais visível, segundo analisa a Seaids, está associada a vários fatores, inclusive a queda salarial da população masculina que trabalha no Porto, a diminuição do prazo de atracação dos navios no cais, (em razão da modernização da operação de embarque e desembarque de contêineres), o que tirou uma parcela considerável da clientela formada por marinheiros. Há ainda como fator para a diminuição da prostituição, desta vez, na Orla da Praia, o fechamento de uma das casas noturnas que mais empregavam garotas de programa, a Pink-Panther. Grande parte foi trabalhar em outras cidades e até em outros países, entre os quais Portugal e Espanha. Houve ainda constatação que muitas mudaram de profissão, em razão de perda de clientes. A crise econômica, pelo que se viu no censo, teve reflexos diretos na mais antiga das profissões. Também pesam, evidentemente, a liberação dos costumes e a adoção de métodos anteconceptivos, que já vinham estimulando o sexo antes do casamento entre casais de namorados, e dentro do âmbito das relações sociais, retirando uma parcela do público masculino dos serviços prestados pelas trabalhadoras do sexo. PONTOS POSITIVOS DA PREVENÇÃO O trabalho da Seaids em prevenção e orientação às trabalhadoras do sexo, apresenta aspectos positivos, ano a ano. Hoje as prostitutas estão muito mais conscientes da importância do uso do preservativo, (90% utilizam camisinha nos encontros) e cuidam melhor de sua saúde, do que faziam há 10 anos. É comum a procura pelas unidades básicas quando são contaminadas por alguma doença sexualmente transmissível, evitando agravamento e seqüelas. Também houve diminuição do uso de drogas injetáveis, o que deve ser constatado formalmente, em nova pesquisa.