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Casa do trem realiza cerca de 250 atendimentos por mês

Publicado: 18 de outubro de 2001
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Cerca de 250 atendimentos são realizados mensalmente pela equipe da Seção Centro de Atendimento à Criança e ao Adolescente em situação de Rua - Casa do Trem, localizada à Rua Tiro Onze, 09, no Centro. Atualmente, 42 jovens estão sendo acompanhados pela serviço da Secretaria de Ação Comunitária e Cidadania (Seac), que visa a retirada dos adolescentes das ruas e o fortalecimento de seus vínculos familiares. Segundo Denise Conde Magalhães, titular da Coordenadoria de Proteção e Assistência Social à Criança e ao Adolescente, a avaliação dos resultados alcançados pela unidade é positiva. De acordo com ela, os técnicos, no ano de 1999, quando o programa foi criado, o Município registrava 67 crianças e adolescentes nas ruas, número que baixou para 42, conforme dados do primeiro semestre deste ano. Assistentes sociais, instrutores de oficinas e operadores sociais compõem a equipe de acolhimento e atendimento da Casa do Trem, que além se dedicar ao trabalho de conscientização e de reintegração dos jovens, entre 10 a 21 anos, ao convívio familiar e à sociedade, promove também grupos de assistência à família. Além disso, o serviço inclui o encaminhamento aos programas de saúde, educação, aos abrigos e à Seção Núcleo de Atenção ao Toxicodependente (Senat), que também faz visitas semanais à unidade. Entre as oficinas desenvolvidas diariamente, destacam-se a de surfe, dança de rua, teatro, esportes, cultivo de horta e de Hip Hop, movimento que reúne os quatro elementos da cultura de rua : a música (rap), o DJ (maestro), a dança (break) e as artes plásticas (grafite). A Casa do Trem funciona de segunda à sexta-feira, das 8 às 17 horas. O usuário DDB, de 18 anos, freqüenta o programa há um mês e meio. Participo da oficina de artesanato e esporte, mas me identifico mais com as aulas de Dança de Rua, que pratico três vezes por semana, declara, ao enfatizar que já saiu da rua e agora tem como objetivo tirar os documentos, arrumar um emprego e alugar uma casa. Relatando sua experiência, MMBF, de 18 anos, conta que esteve nas ruas por muitos anos, onde se entregou às drogas e foi levado ao crime. Estou na Casa do Trem desde o começo e hoje moro com minha família, aprendi a ler e me sinto recuperado. Mesmo assim freqüento a unidade toda a semana, onde encontro amigos com quem posso contar. Dados Levantamentos recentes da Seac indicam que dos 42 usuários da Casa do Trem, 60% são do sexo masculino e 40% do sexo feminino. São originários de Santos, apenas 52% do total de jovens atendidos; 19% são de Guarujá; 13% de São Vicente; 14% de Cubatão e 2% de São Paulo. Os dados constataram também que 15% deles estão nas ruas há seis anos; 8% há cinco anos; 20% há quatro anos; 7% há três anos; 7% há dois anos; 18% há um ano e 25 % há menos de um ano. Em relação ao uso de substâncias tóxicas, 58% dos jovens se consideraram usuários; 32%, dependentes e 10% alegaram não usar drogas. O levantamento comprovou ainda que 30% dos usuários não possuem família ou não fizeram registro a respeito de laços familiares. O grau de escolaridade aponta que apenas 8% deles cursaram até a 8ª. série; 15% freqüentaram a escola até a 7ª. série; 10% até a 6ª série; 12% até a 5ª. serie; 12,5 %, até a 4ª série; 7,5% até a 3ª série; 25% até a 2ª série e 10%, somente até a 1ª. série do ensino fundamental.