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Casa-abrigo para mulheres vítimas de violência abre na próxima semana

Publicado: 14 de julho de 2000
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A partir da semana que vem, Santos passa a contar com a primeira casa-abrigo para mulheres vítimas de violência doméstica da região e a terceira em todo o Estado. O espaço, cujo endereço não pode ser revelado para a segurança das usuárias, será destinado exclusivamente para mulheres que correm risco de vida se permanecerem no lar. Com capacidade para abrigar cinco mulheres mais os filhos, ou até 20 pessoas, o sobrado alugado pela Secretaria de Ação Comunitária e Cidadania (Seac) foi mobiliado para assemelhar-se ao máximo a um lar. Segundo a diretora, ‘esta é uma experiência nova para a Cidade e somente o tempo vai nos mostrar a melhor maneira de lidar com uma situação tão delicada’. A criação do serviço atende a uma reivindicação de mais de dez anos das entidades que defendem os direitos das mulheres. A Casa ganhará o nome de ´Flor de Lis´ e tornou-se realidade com a aprovação do projeto enviado pela Prefeitura ao Ministério da Justiça. Os recursos, em torno de R$ 24 mil, estão em fase de liberação, e serão utilizados neste segundo semestre com material de consumo e capacitação de pessoal. As vítimas que forem acolhidas no local devem permanecer, no máximo, 90 dias, tempo necessário para que a Seac ajude as usuárias a darem um novo rumo para suas vidas, encontrando moradia definitiva e trabalho. O encaminhamento das mulheres em situação de risco iminente para o abrigo será feito pela Delegacia da Mulher. Elas serão analisadas por assistentes sociais e a transferência se dará após esgotadas todas as tentativas de manter o lar formado. ESTATÍSTICAS Segundo dados mundiais, o risco de uma mulher ser agredida em sua própria casa, pelo pai de seus filhos, ex-marido, ou atual companheiro, é nove vezes maior do que o de sofrer alguma violência na rua, fora do âmbito familiar. Dos homens que espancam suas parceiras, 41% também são violentos com as crianças da casa. Um terço dos menores vítimas deste tipo de violência tende a perpetuar a agressividade quando crescer. O ´parceiro agressivo também sofre por não conseguir se controlar, suportar frustrações ou não se comportar de maneira socialmente aceita, acarretando depressão, ansiedade ou baixa auto-estima. No Brasil, 23% das mulheres brasileiras estão sujeitas à violência doméstica, segundo levantamento da Sociedade Mundial de Vitimologia.