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Campeã paralímpica Beth Gomes, a 'Fênix', é recebida com festa e emoção em Santos

Publicado: 4 de setembro de 2021 - 13h34

Gratidão, alegria e emoção resumem a atmosfera de recepção à atleta Beth Gomes, da Fundação Pró-Esporte de Santos (Fupes) nesta sexta-feira (3) na Cidade. Não era para menos: a santista de 56 anos conquistou o primeiro lugar no lançamento de disco – classe F53, nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, colecionando mais um ouro para sua carreira vitoriosa e de superação. Ela também quebrou o recorde paralímpico e mundial (que já era dela).

Do alto do carro do Corpo de Bombeiros, Beth veio do Centro de Treinamento Meninos da Vila, no Saboó, e, ao ver a recepção organizada pela Prefeitura na Praça Mauá, no Centro Histórico, na presença de autoridades, ex-atletas, alunos da escola municipal Mário de Almeida Alcântara e integrantes da Guarda Civil Municipal, ela abaixou a cabeça e se derramou em lágrimas. Ali, o prefeito Rogério Santos entregou à atleta uma placa de homenagem da Fupes e um ramalhete de flores.

“Estou sem palavras, é muita gratidão receber esse carinho da minha cidade; da Prefeitura que me deu todas as condições como funcionária e atleta; da Fupes, que é uma mãe; da minha treinadora Roseane Farias, que acreditou em mim e não me deixou desistir. Só tenho a agradecer em poder estar aqui mostrando que o esporte é possível, ele salva vidas. Essa homenagem da cidade que eu nasci, que eu amo e que me acolheu no esporte, não tem preço”, disse Beth.

O prefeito lembrou a imagem emocionante dela recebendo a medalha, em Tóquio. “Beth é uma guerreira, uma mulher fantástica e exemplo para nossa cidade e para o Brasil. Ela foi guarda municipal e hoje é o dia da corporação. A praça está alegre, é uma surpresa que ela merece. O esporte une as pessoas e é o que mais estamos precisando nesse momento”.
 

SAUDAÇÃO E LIVRO

Guardas municipais a saudaram com o toque da sirene da viatura da corporação e prestaram continência à atleta, que é funcionária pública de carreira na GCM e atualmente fica na reserva. Também estava o secretário de Segurança (Seseg), Sérgio Del Bel Júnior.

No carro de bombeiros, ela falou que a conquista era a que faltava para preencher as páginas de seu livro, a ser lançado em novembro com toda sua trajetória esportiva. “Fiquei fora do Rio 2016, mas Deus estava preparando para que eu pudesse buscar essa medalha muito longe para todos nós, santistas e brasileiros. E eu trouxe com muita responsabilidade, treino e dedicação, de Santos para o mundo. Poder conquistar esse feito completou meu álbum e fechou as páginas de meu livro. Não tenho palavras para descrever. É muita emoção viver esse sonho. Só tenho gratidão por tudo. É a única palavra”. 


APLAUSOS, CLIQUES E ACENOS

Beth desfilou no carro de bombeiros por ruas e avenidas, sendo saudada por munícipes, que fotografavam, aplaudiam e acenavam das calçadas e janelas. No Complexo Esportivo e Recreativo Rebouças, na Ponta da Praia, alunos da Secretaria de Esportes (Semes) e das escolas municipais Maria Luiza Alonso Silva e Pedro II, e representantes do Instituto Arte no Dique, a aguardavam com bexigas e cartazes.

“Ver a emoção dela, não dá para não se emocionar. Preparamos uma recepção calorosa para a Beth, que tem um histórico grande com o Rebouças. Ficamos felizes com a conquista dela, que é do Brasil e também de Santos, nosso coração. Estamos felizes por trazer esse ouro para a gente“, falou o secretário de Esportes, Gelásio Ayres Fernandes Jr.

O diretor-presidente da Fupes, Cristhian Martins Pereira, ressaltou que “a Beth tem uma longa história na Fupes, onde demos apoio total por meio da Prefeitura. Hoje ela conseguiu escrever uma das páginas mais bonitas do esporte da nossa cidade. Estamos muito orgulhosos por ela ter levado o nome de Santos para o lugar mais alto do mundo”.  


FAVORITA

A santista chegou a Tóquio como grande favorita. Em 2019, ela sagrou-se campeã mundial em Dubai e parapan-americana, em Lima, no Peru. O pódio paralímpico ainda teve dobradinha ucraniana, com Iana Lebidiesva ficando com a prata, e Zoia Ovsii, com o bronze.

Lebidiesva fez um lançamento de 15,48 metros. Beth, em seu primeiro arremesso, já ultrapassou a ucraniana, com 15,68 metros. Mas, ela queria mais e continuou evoluindo nos arremessos. No seu último lançamento fez 17,62 metros, estabelecendo um novo recorde mundial, que já era dela. O recorde paralímpico também foi batido com folga: era de 13,39m.
 

FÊNIX

Beth Gomes foi a atleta mais velha da delegação brasileira nos Jogos Paralímpicos. Diagnosticada com esclerose múltipla aos 27 anos, ela já havia disputado a competição, em 2008, em Pequim, pelo basquete. Após um surto da doença, precisou deixar a modalidade, mas não desistiu do esporte. Entrou para o atletismo e voltou a brilhar no lançamento de disco, classe F54. Após novo surto, ela precisou ser reclassificada, mas mesmo assim seguiu se destacando.

Nos Jogos do Rio de Janeiro - 2016, ela teve a frustração de ver sua categoria ser retirada da competição. Treinou incansavelmente durante cinco anos, sendo coroada agora com a maior conquista do esporte paralímpico. Sua história de superação lhe rendeu o apelido de “Fênix”.

 

FOTOS: ISABELA CARRARI, NATHALIA FILIPE E ROGÉRIO BONFIM
 

Galeria de Imagens

Beth acena de cima do carro do corpo de bombeiros #paratodosverem
Guardas acenam para cima #paratodosverem
Beth desfila no carro do corpo de bombeiros #paratodosverem
Beth desfila no carro do corpo de bombeiros #paratodosverem
Beth recebe flores #paratodosverem
Equipe de Beth posa para foto #paratodosverem
Praça com várias pessoas e ao fundo carro do corpo de bombeiros #paratodosverem
Estudantes acenam para Beth #paratodosverem