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Campanha contra a esmola é lançada pela prefeitura

Publicado: 21 de novembro de 2006
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Combater o problema das pessoas que estão em situação de rua, evitar o fortalecimento do tráfico de drogas e prevenir o alcoolismo e o trabalho infantil são os principais objetivos da campanha contra a esmola, lançada pela Prefeitura de Santos nesta terça-feira (21), no Salão Nobre Esmeraldo Tarquínio, Paço Municipal. A iniciativa envolve as secretarias de Assistência Social e de Saúde, com apoio da Secretaria de Segurança, e foi deflagrada pelo prefeito João Paulo Tavares Papa, na presença de secretários municipais e representantes de conselhos, entidades e organizações não-governamentais que colaboram com o poder público nesta questão. A esmola pode ser uma grande armadilha. A gente pensa que está aliviando o sofrimento com uma ajuda pontual, mas na verdade está alimentando o problema, afirmou o prefeito, após receber o material de folheteria para a divulgação da campanha das mãos do secretário de Assistência Social, Carlos Teixeira Filho. As pessoas que compareceram à solenidade ouviram o spot de rádio da campanha, produzido pela Secretaria de Comunicação Social (Secom), que explica de forma concisa os prejuízos provocados pela esmola. Já o folder e o cartaz mostram o slogan Em vez de esmola, ofereça ajuda, contendo o telefone da equipe de Educadores de Rua (0800-177766), para o qual o munícipe deve ligar quando identificar uma pessoa em situação de rua. Além da utilização de folheteria, a campanha será divulgada via rádio e por meio de outdoors, busdoors, minidoors, com apoio do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e do Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS). ENCAMINHAMENTO Quando acolhidas pelos Educadores de Rua, as pessoas encontradas em situação de rua são encaminhadas ao Plantão Social da Prefeitura, onde recebem alimentação, roupas e assistência psicossocial. Oriundos de outras localidades são recambiados às suas cidades de origem. Já os munícipes são direcionados aos programas da rede social, como o Fênix, que os emprega em ONGs. CENSO Na ocasião, a chefe do Departamento de Proteção Social Especial da Seas, Denise Conde Magalhães, apresentou audiovisual sobre o resultado do censo da população em situação de rua, realizado em 31 de agosto deste ano. O estudo concluiu que apenas 19% das pessoas que vivem nestas condições são de Santos. A pesquisa contabilizou 342 pessoas em situação de rua e teve o objetivo de atualizar dados que servirão de base para o aprimoramento dos serviços prestados pela rede social do Município. A contagem do censo detectou maior concentração nos bairros Vila Nova (108), Vila Mathias (37) e Macuco (30). Menores índices de concentração ocorreram no Jabaquara (2), Estuário (2) e Marapé (3). Apenas 65 pessoas (19%) entrevistadas pelos técnicos afirmaram ser de Santos; 24 disseram ser de São Paulo; 12 de São Vicente; 11 de Guarujá; quatro de Itanhaém; três de Ilhéus (BA); três de Garanhuns (PE); três de Cubatão; três de Mogi das Cruzes; duas de Maringá (PR); duas de Piracicaba; duas de Santo André e de outras cidades, até do exterior, como Lima (Peru) e Irlanda do Norte. ATRATIVOS Por meio de um detalhado questionário direcionado às pessoas encontradas, concluiu-se que a proximidade da Capital, o acesso fácil, a perspectiva de um emprego ou serviço temporário e a generosidade da população santista são os maiores atrativos de Santos. A idade que compreende o maior número de pessoas em situação de rua é entre 21 e 40 anos (43% do total), seguida daqueles que estão entre os 41 e 60 anos (41,5%). Já entre 11 e 20 anos de idade foram encontradas 7,3% do total. Os idosos com mais de 60 anos perfazem 6,7% desta população, enquanto 1,5% não responderam ou não sabem a idade. Do universo de pessoas entrevistadas, 225 (57,1%) declaram-se ‘população de rua’; 29 (7,4%), afirmam ser ‘munícipes’; 29 (7,4%) se dizem ‘itinerantes’; 28 (7,1%) declaram-se ‘moradores de outro município’; 5 (1,3%) se enquadram no item ‘outras condições’, enquanto 39 (9,9%) não souberam ou não responderam o quesito. CONFLITO FAMILIAR Outra importante conclusão do estudo diz respeito aos motivos que levaram as pessoas à situação de rua. O conflito familiar lidera o ranking com 20,6% dos casos, enquanto o alcoolismo vem em segundo lugar com 18,7%, seguido do desemprego, com 18,5%; falta de residência (9%); outros motivos (9%); e drogas (6,4%). Já 17,8% não souberam ou não quiseram responder. O levantamento também concluiu que a maioria destas pessoas vive só. O agrupamento ocorre somente para dormir, por uma questão de segurança. BOM PRATO Prova de que a Prefeitura está cumprindo seu papel na área de assistência social foi a constatação de que 18,8% das pessoas em situação de rua disseram se alimentar diariamente no Restaurante Popular Bom Prato, unidade da Seas, que em parceria com o governo do Estado e com a ONG Estrela do Mar, serve 1.200 refeições diárias ao preço simbólico de R$ 1,00 cada. Já 18% adquirem o próprio alimento, enquanto outros recebem doações. Entre os entrevistados, 52,1% disseram estar abrigados no Plantão Social da Prefeitura; 18,5%, no Albergue Noturno; 2,1%, na Casa de Acolhimento; enquanto 8,9% não responderam ou não souberam responder. O estudo da população de rua foi realizado em conjunto com a SMS, Seseg e Força Tarefa Militar. Cada equipe contou ainda com uma viatura e um rádio para os casos de emergência ou para solicitar o auxílio da Equipe Educadores de Rua, caso algum entrevistado desejasse sair das ruas. Após a apresentação do censo, o secretário Carlos Teixeira Filho entregou certificados aos participantes do trabalho de coleta de dados. A tabulação e organização das informações foram feitas pelo economista da Seas, Jorge Telésforo Branco.