Campanha alerta sobre compra de produtos sem procedência

“Nada trará meu filho de volta, mas espero que a partida dele não seja em vão”. A frase, carregada de emoção, é do comerciante Paulo Oshiro, que sente na pele o fato de ter perdido seu filho Luann, então com 19 anos, durante uma tentativa de assalto, em outubro do ano passado, no Gonzaga.

Apesar da dor, ele ergueu a cabeça e decidiu lutar. Idealizou a campanha 'Receptação é Crime', que nesta quinta-feira (18), tomou forma e foi lançada no Salão Nobre, na Prefeitura.

A iniciativa pretende conscientizar a população de que adquirir produtos por um preço muito abaixo do valor praticado no mercado e sem nota fiscal é sinônimo de receptação. Significa que esse artigo é fruto de roubo, furto ou até mesmo um latrocínio, como foi o caso de Luann Oshiro.

“Espero que essa campanha sirva para conscientizar as pessoas de que uma coisa que se consegue fácil pode custar muito caro para alguém, como ocorreu com meu filho”, alertou Paulo, durante a solenidade.

Mobilização

A Prefeitura, por meio de ações de diversas secretarias municipais, e as polícias irão intensificar a campanha nas próximas semanas. “É importante que as pessoas tenham dimensão das consequências de seus atos. Esse é o espírito, conscientizar a sociedade a exercer sua cidadania e combater a receptação”, destacou o prefeito Paulo Alexandre Barbosa.

Participaram do lançamento representantes do Sindicato do Comércio Varejista, Câmara dos Dirigentes Lojistas, Associação Comercial de Santos, Polícia Civil e Polícia Militar, apoiadores da campanha.

Ações

A campanha prevê iniciativas nas áreas de comunicação (cartazes, busdoor, panfletos, faixas, videos e matérias na mídia), educação/cultura (capacitação de professores e pais, palestras em escolas e grêmios estudantis e apresentação teatral) e fiscalização/segurança (forças-tarefa para identificar, fiscalizar, coibir e eliminar potenciais pontos de venda e receptação de produtos originários de atividades criminosas).

Saiba mais

"Receptação é Crime' - Campanha de comunicação, educação e conscientização sobre a prática do crime de receptação.

Objetivos: informar, esclarecer, alertar, conscientizar e educar crianças e adultos sobre as possíveis consequências geradas pela compra de produtos de origem suspeita, muitas vezes oriundos de práticas criminosas, como furtos, roubos e latrocínios (roubo seguido de morte da vítima). Iniciativa: Movimento Luann Vive.

Foto: Susan Hortas