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Autoridade mundial apresenta em Santos conceitos de arquitetura urbana para reduzir violência

Publicado: 8 de novembro de 2022 - 15h58

Você se sente mais seguro em um ambiente iluminado ou escuro? A resposta, que soa como óbvia, norteia o CPTED (Crime Prevention Through Environmental Design), grafado em português com “Prevenção de Crimes por meio de Projetos”. Trata-se de um conceito de arquitetura urbana que busca reduzir a violência e a insegurança, unindo um trabalho multidisciplinar entre arquitetos, projetistas e profissionais de segurança pública.

Nesta terça-feira (8), uma das principais autoridades mundiais sobre o CPTED esteve presente em Santos. Mestre em Arquitetura, PhD em Urbanismo e presidente da International CPTED Association (ICA), a chilena Macarena Raul Vargas apresentou a secretários e técnicos municipais um conjunto de estratégias para prevenção de delitos de oportunidades e aumento da presença comunitária em espaços públicos. O objetivo da visita internacional foi fortalecer as políticas públicas municipais já desenvolvidas pelas secretarias de Desenvolvimento Social, Planejamento e Segurança Pública.

O conteúdo produzido pelo ICA, já aplicado em mais de 40 países, mostra que a iluminação urbana é uma variável importante para aumentar a sensação de segurança. O estudo de comportamento criminal revela que a decisão de realizar ou não um delito está mais relacionado à possibilidade de ser pego do que a dificuldade de invadir os locais.

Baseado nesse cenário, comprovou-se que ruas e equipamentos públicos com iluminação reforçada e vista livre reduzem naturalmente o número de delitos, uma vez que concentram um maior número de pessoas, eliminando inclusive a necessidade de reforço policial nesses locais. Em Santos, por exemplo, esse novo conceito de arquitetura urbana voltado para ambientes mais claros já pode ser visto na nova Ponta da Praia e nas avenidas Moura Ribeiro (Marapé) e Francisco Ferreira Canto (Caneleira).

“A delinquência é um fenômeno complexo, que influencia um grande número de variáveis tanto sociais quanto ambientais. A sensação de insegurança afeta a qualidade de vida, pois muitas pessoas deixam de sair de casa e não ocupam os espaços públicos por conta disso”, ressaltou Macarena, exemplificando sua fala com uma imagem do filme ‘Blade Runner’ (1982), onde a cena exibia um local sujo, com pouca iluminação e sem presença de público.

Por consequência, segundo Macarena, o conceito do CPTED é reforçado por meio da ‘vigilância natural’. A simples presença das pessoas nas ruas, de residências com janelas e varandas de frente para calçadas, além de câmeras de monitoramento, também limitam os recursos disponíveis ao criminoso.

“Nem sempre a quantidade de policiais significa que um local é seguro. Todos nós munícipes somos vigilantes naturais e podemos colaborar com os profissionais de segurança pública. Um local iluminado, com campo visual aberto e a presença de pessoas auxilia nesse aspecto”, completou Macarena, durante sua apresentação no Centro de Controle Operacional (CCO) da Prefeitura de Santos. Atualmente a Cidade conta com cerca de 1.800 câmeras de monitoramento, monitoradas todos os dias (24 horas) em tempo real.

Participaram do evento no CCO os secretários municipais Carlos Alberto Mota (Desenvolvimento Social), Fábio Ferraz (Planejamento e Inovação) e Sérgio Del Bel (Segurança Pública). Também estiveram presentes o engenheiro da Prefeitura Sérgio Fang, que concluiu recentemente um curso vinculado ao ICA, com foco para o desenvolvimento da região da orla da praia, e o arquiteto especializado em segurança Percival Barboza.