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Autora infantil fala sobre vida e obras para educadores de Santos na Tarrafinha Literária

Publicado: 27 de setembro de 2019 - 18h08

Com o auditório do Teatro Guarany lotado de educadores da rede municipal, a renomada escritora ítalo-brasileira de livros infantis Eva Furnari, falou sobre sua vida e obras, nesta sexta-feira (27), durante a 'Tarrafinha Literária'.

Além de ter publicado 60 livros, Eva desenha muito, desde pequena, tornando-se também ilustradora. Contou ser tímida, gostando de desenhar para expressar o que sentia. Ela falou sobre o novo livro, de contos que fazem rir, chamado 'Tantãs' e encantou a plateia de professores, auxiliares de biblioteca e coordenadores pedagógicos das 83 unidades de ensino santistas. Depois de contar sua trajetória, respondeu perguntas dos presentes, muitos deles leitores de Eva na infância.

Confira um resumo do bate-papo, mediado pela professora Rita Nascimento

  • Rita: Como é seu processo de criação? Eva: É sempre diferente. Quando eu deitava no sofá e fechava os olhos, meus filhos falavam que estava trabalhando. Eu entrava em contato com os sonhos, com a imagem, e o texto acontecia. Raramente parte de uma situação real. Vem de uma maneira misteriosa, é um processo geralmente interno. Rita: Você já ficou 'bloqueada', já travou para escrever?
  • Eva: Sim, sempre acontece. Já fui professora de Artes e quando as crianças atingem uns 8 anos, quando inicia-se o processo racional, costumam se bloquear. É uma autocensura. O início da criação é caótico, precisamos acolhê-lo como uma mãe boa: aceitar o bloqueio, acolher para poder conectar-se com as coisas essenciais. O que bloqueia é o racional.

 

  • Rita: Você pensa na faixa etária para a qual está escrevendo? E como é o feedback das crianças?
  • Eva: Não, nem na ilustração nem no texto. Nunca fiquei pensando no que vou escrever ou desenhar para crianças. Nunca trabalhei por dinheiro ou sucesso, mas por um impulso interno, uma missão. Sou grata pelo retorno, que é feito de forma genuína.

 

  • Rita: Você é uma autora premiada. O que significa para você?
  • Eva: Ganhei oito Jabutis e sempre é uma alegria, um privilégio. Mas nunca mudei o rumo para ganhar prêmio. Ajuda na autoestima.

 

  • Rita: O humor é um elemento presente em suas obras?
  • Eva: De fato, é a minha personalidade. Criança precisa ter prazer para aprender e o humor faz parte disso.

Fila para autógrafos

Logo depois de responder todas as perguntas, uma longa fila se formou no hall do Teatro Guarany para autógrafos, onde todos comentavam sobre a autora. “Só aumentou minha admiração por ela, sua humildade. Utilizo os livros dela em sala de aula”, afirmou a professora da escola Emília Maria Reis, Camila Chiara, 39, que realiza projeto de leitura com o 2º ano.

Para a educadora, a Tarrafa Literária traz a Santos uma programação sofisticada e responsável, sem esquecer das crianças. O que mais impressionou a auxiliar de bibliotecário Selma Ribeiro, 52, que atua na Seção de Biblioteconomia e Multimídia (Sebibli), é que as histórias e traços de Eva são tão ricos e partem da sua simplicidade interior. “Sem grandes pretensões, ela faz um trabalho incrível. Os livros dela podem ser lidos por qualquer idade.”

Uma das primeiras da fila, Catharina Paixão, 8, que acompanhava o pai, o professor de Arte, Roberto Paulino, trouxe cinco livros para Eva assinar. “Dois ainda vou ler. O que mais gostei foi Felpo Filva, porque o personagem é um coelho que tem uma orelha menor que a outra, ele é diferente dos outros.”

Alunos assistem à contação de história e ganham o livro

“Acho a história engraçada porque a bruxa vira palhaça. Já tinha ouvido em sala de aula, mas adorei ver em forma de encenação. Gosto muito de teatro e quando assisto fico feliz”, disse a aluna Clara Rustighi da Rocha, 8, da escola Waldery de Almeida. Ela foi uma das 78 crianças do programa Escola Total/Jornada Ampliada que participaram da contação do livro 'Cacoete', de Eva Furnari.

A história foi contada por Rose Faria e Cia dos Rouxinóis, na presença da autora, na tarde desta sexta-feira (27), no Teatro Guarany. A plateia interagiu o tempo todo, aplaudindo intensamente. Samuel Souza Silva, 8, da unidade Martins Fontes, gostou de Frido, um menino de Cacoete, cidade muito organizada, que fica bem diferente depois que ele compra uma maçã para presentear sua professora.

Ao final da apresentação, cada aluno ganhou um exemplar da obra, e um presente especial: Eva desenhou para cada núcleo do Escola Total participante (Centro Cultural da Zona Noroeste e Cais Milton Teixeira) uma de suas personagens bruxinhas, com dedicatória carinhosa.

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