Atriz e professora de escola teatral em Santos receberá homenagem de universidade fluminense

“É como ganhar o Oscar”. De modo simples e direto, a atriz e diretora Imara Reis define a sensação de receber o título Doutor Honoris Causa, da Universidade Federal Fluminense. A entrega da mais alta honraria concedida pela entidade a Imara, que também é professora da Escola de Artes Cênicas (EAC) Wilson Geraldo (Teatro Guarany), será realizada na próxima quinta-feira (20), em Niterói (RJ).

Imara Reis tem mais de 50 anos dedicados à arte, com destaque ao seu extenso trabalho no teatro e cinema nacional. É vencedora de três ‘Kikitos’ no Festival de Gramado, três troféus no Festival de Brasília, além de várias outras premiações.

Ao longo de sua trajetória no cinema, Imara trabalhou com importantes diretores brasileiros, entre eles Norma Bengell, Carlos Reichenbach, Guilherme de Almeida Prado, Alberto Salvá, Sérgio Bianchi, Oswaldo Caldeira, André Sturm e Sérgio Toledo.

Teve seu primeiro contato com as artes cênicas no Colégio Santa Marcelina, onde participou de um grupo teatral. “Quando perdi minha mãe, as freiras do colégio cuidaram de mim, e isso me deu forças para seguir em frente”, recorda-se, emocionada, Imara.

Formou-se em Letras (francês e português) pela Universidade Federal Fluminense, onde também fez teatro, no Grupo Laboratório, junto de Tonico Pereira e José Carlos Gondim, e cursou a pós-graduação em Teatro pela Escola de Comunicação e Artes da USP.

Em 1973, convidada por Tonico Pereira, passou a integrar o Grupo Chegança, de Luis Mendonça. Neste grupo, participou dos espetáculos ‘As Incelenças’, ‘Viva o Cordão Encarnado’ e o musical ‘Lampião no Inferno’, entre outras peças.

Daí em diante, foi presença constante nos palcos, televisão e nas telas de cinema. Na teledramaturgia, atuou em ‘Dinheiro Vivo’, ‘Os Adolescentes’, ‘Ninho da Serpente’, ‘Mandala’, ‘Salomé’ (foto), ‘Contos de Verão’, ‘Chiquititas’ e ‘O Direito de Nascer’, além de minisséries e participações em programas de TV.

Já no cinema, atou em ‘Inquietações de Uma Mulher Casada’, ‘Post Scriptum’, ‘Retrato Falado de uma Mulher sem Pudor’, ‘Doce Delírio’, ‘Flor do Desejo’, ‘Sonho sem Fim’, ‘Filme Demência’, ‘Cigana’, ‘A Dama do Cine Shanghai’, ‘Jardim de Alah’, ‘Três Moedas na Fonte’, ‘Jorge, um Brasileiro’, ‘Romance’, ‘O Grande Mentecapto’, ‘Minha Vida em Suas Mãos’, entre tantas outras produções audiovisuais.

“Acredito que a escolha do meu nome para receber o título seja pelo conjunto da minha obra, algo que me deixa muito feliz. Fiz muito de tudo, sempre com muito amor, mas também com muita curiosidade, e refletindo sobre tudo”, comentou Imara.

Em 2010, a editora Imprensa Oficial de São Paulo publicou, pela série perfil da coleção Aplauso, uma biografia de Imara Reis, por Thiago Sogayar Bechara, intitulada ‘Van Filosofia’.

Atuação na EAC

Imara começou a dar aulas na Escola de Artes Cênicas Wilson Geraldo em 2019, mantida pela Prefeitura no Teatro Guarany (Centro Histórico). Atualmente, ministra aulas de análise de texto e atuação para câmera. “Imara traz para esta Escola a sabedoria de uma mulher, de uma artista, de uma cidadã, com grande generosidade para olhar para o outro. Isso contribui para formação dos jovens de forma decisiva”, afirma Renata Zhaneta, diretora da EAC Wilson Geraldo.  

Ao falar sobre o seu longo trabalho na formação de atores, Imara resume: “As pessoas não fazem ideia do quanto nossa profissão é dura. Por isso, o preparo é fundamental não apenas para o trabalho, mas também para sobrevivência do ator. Esclarecer esse ponto aos alunos é uma das nossas missões”.

Esta iniciativa contempla o item 4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Educação de Qualidade. Conheça os outros artigos dos ODS.