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Atendimento ao paciente não será prejudicado com limite nos exames de sorologia

Publicado: 4 de março de 2002
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A decisão da Secretaria de Estado da Saúde em limitar a cota de exames de sorologia da dengue (300 para cada 100 mil habitantes) não deverá afetar o atendimento médico aos pacientes com suspeitas de dengue, segundo avalia a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Para o órgão municipal, desde que as pessoas continuem a procurar os serviços de Saúde não haverá prejuízos. Para casos graves, os exames permanecem. E há ainda outros testes feitos pelo Município, incluindo a prova do laço e hemogramas. A cota limite de Santos é de l.254 exames e a Cidade deverá, em breve, alcançar esse número já que registra mais de 800 casos confirmados de dengue, embora muitos não sejam de moradores do Município. Para essa cota, entende a SMS, não devem ser incluídos exames de pacientes de outros municípios. Já há município na região que atinge a sua cota de exames de sorologia, segundo foi exposto no I Simpósio de Controle da Dengue, organizado pela SMS, na última sexta-feira. Segundo a Secretaria de Saúde, a tendência é que moradores de municípios da Baixada, com cota esgotada, continuem a fazer os exames de sorologia em Santos. A confirmação do limite imposto para exames sorológicos para a dengue foi feita por diversas autoridades estaduais que participaram do Simpósio de Controle da Dengue, entre os quais Instituto Adolfo Lutz, Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado (CVE) e Sucen. Para casos graves e suspeitas de dengue hemorrágica os exames sorológicos continuarão a ser feitos, na medida que contribuem para a certeza do diagnóstico, sobretudo quando o paciente é portador de outras doenças concomitantes com a dengue. Para efeito de definição de epidemia, 300 exames sorológicos por grupo de 100 mil habitantes são suficientes para os estudos epidemiológicos, argumentam os especialistas do Estado. O diagnóstico de casos de dengue será determinado pelos exames clínicos, servindo de base para as notificações à Vigilância Epidemiológica. Com a informação dos casos suspeitos são feitas ainda as ações de bloqueio, que incluem a busca de criadouros e a nebulização na imediações dos domicílios com infestação de mosquitos vetor da doença. Segundo a SMS, também ficou bem definida, no fórum, a proibição do uso do fumacê (nebulização pesada de inseticidas pelas ruas) por parte da Sucen. ATENDIMENTO MÉDICO E BOA HIDRATAÇÃO Repousar, beber muita água e procurar atendimento médico figuram entre as recomendações para todos que tiverem os sintomas da dengue, que incluem dor de cabeça, febre, prostração, fraqueza, dores musculares e no entorno dos olhos, manchas e erupções na pele. A medicação remendada é a base de dipirona e paracetamol, não devendo ser usadas drogas com ácido-acetilsalicílico que facilitam hemorragias. As pessoas devem também ficar muito atentas e buscar atendimento médico de forma imediata se, após o período febril, aparecerem outros sintomas como dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sangramentos, pele pálida, lábios roxos, pressão baixa e desmaios. São sinais de alerta para a dengue hemorrágica. Para quem já teve dengue ou é portador de doenças circulatórias, respiratórias, anemia falciforme, diabetes, e apresenta deficiência imunológica, a SMS adotou um cartão de acompanhamento durante três dias, até a alta do paciente. VÁRIOS TESTES SÃO FEITOS NO ATENDIMENTO EM SANTOS O Município de Santos vem adotando um diferencial no atendimento para os pacientes com suspeitas de dengue que procuram os serviços públicos. São feitos hemogramas (que avaliam queda de plaquetas e aumento de hematócritos que indicam hemorragias internas) e a prova do laço. Um manguito é colocado no braço prendendo a circulação e se surgirem manchinhas (petéqueas) na dobra do braço sinalizam para a hemorragia interna. Também é feita a avaliação da pressão postural. Com o paciente deitado e em pé a pressão apresenta variação. São feitos ainda outros testes importantes para definir o agravamento da dengue. Os médicos e toda a rede foram treinados para identificação precoce dos casos da doença. Os exames de sorologia realizados pelo Instituto Adolfo Lutz, (que em breve serão suspensos pelo Estado), servem, basicamente, para as estatísticas da epidemia, já que os resultados costumam sair até 15 dias depois, quando o paciente já está recuperado. As amostras de sangue devem ser colhidas após o quinto dia do surgimento dos sintomas, para haver tempo de formação no organismo das defesas contra o vírus. A notificação dos casos suspeitos ao Serviço de Vigilância Epidemiológica deve continuar a ser feita, tal como em outras doenças endêmicas, pela rede pública e particular.