Seu navegador não possui suporte para JavaScript o que impede a página de funcionar de forma correta.
Conteúdo
Notícias

Associação mundial de ultramaratonas oficializa recorde de corredora brasileira

Publicado: 3 de maio de 2001
0h 00

A ´International Association of Ultrarunners´ (IAU), a associação mundial dos corredores de longa distância, da Federação Internacional de Atletismo, oficializou tempo da corredora brasileira Maria Auxiliadora Venâncio (Memorial) nos 100 km em pista como o segundo melhor de toda a história. A atleta completou os 100 km na pista do Ibirapuera, em São Paulo, no dia 27 de julho de 2000, em 7 horas 43 minutos e 02 segundos. O recorde pertence à russa Valentina Liakhova, obtido em Nantes, na França, dia 28 de setembro de 86, com 7 horas 23 minutos e 28 segundos. Ainda na corrida no Ibirapuera, Auxiliadora conquistou o 3º lugar no ´ranking´ mundial dos 50 km em pista, com 3 horas 37 minutos 25 segundos, atrás apenas de duas lendas da ultramaratona, a inglesa Carol Hunter-Rowe e a norte-americana Ann Trason. Aos 43 anos de idade, a corredora brasileira detém a quarta melhor marca de todos os tempos nos 100 km, com 7 horas 20 minutos e 22 segundos, na Ultramaratona de Cubatão, em agosto de 1998. Este tempo também vale como o recorde mundial da categoria veteranos. Quando garantiu esta vitória, ela superou justamente a russa Liakhova. Apesar da idade, a recordista mundial veterana nem pensa em parar. Este ano a prioridade é o Mundial de 100 km, em agosto, na França. Há dois anos, Auxiliadora não participa desta disputa. Em 1998, no Japão, ela foi medalha de bronze, tendo liderado mais de 95 km da corrida. Quero muito este título mundial e baixar ainda mais a minha marca. Nas provas no exterior tem muita gente mais velha do que eu correndo e bem, destaca a atleta, que é treinada pelo professor João Roberto de Souza. Prova de seu bom preparo físico foi o bicampeonato nos 100 Km de Madri, na Espanha, agora em março, apesar de sofrer com o frio de oito graus, depois de ter treinado sob um calor de quase 40 graus, em Taboão da Serra, onde mora. Apesar de hoje estar entre as melhores do mundo, Auxiliadora começou a correr praticamente por acaso. Depois de engordar na gravidez de seu primeiro filho, resolveu correr para perder peso. Na época, era faxineira, depois de ter vindo de São Domingos do Prata, interior de Minas Gerais, onde trabalhava na lavoura. A facilidade nas corridas a incentivou a levar a sério o esporte. Mas, nas corridas, ela teve uma grande dificuldade. A resistência era muito grande, porém a fome atrapalhava demais, prejudicando o desempenho. Na Ultra de Cubatão, por exemplo, a campeã ficou conhecida por comer rapadura durante boa parte do trajeto. O energético natural também foi levado para o exterior e fez sucesso entre os estrangeiros. Agora, ela conta com o apoio do fisiologista Renato Lotufo e diz estar pronta para baixar seu tempo. Desde 1997, ela tem o patrocínio da Memorial Necrópole Ecumênica. Ela é uma corredora determinada. Sabe o que quer e tem muita garra. Isto é fundamental nas corridas de 100 km. Temos um grande prazer em contar com a Auxiliadora levando o nome do Brasil para todo o Mundo, afirma o empresário Pepe Altstut, proprietário da Memorial, que já patrocinou diversas provas de ultramaratona no Brasil, entre elas o Desafio Brasil x Rússia, onde Valmir Nunes e o tricampeão mundial Konstantin Santalov percorreram 450 km em nove dias, entre o Rio de Janeiro e Santos. Valmir Nunes continua em forma No masculino, o Brasil também conta com um destaque internacional. O santista Valmir Nunes, bicampeão em 1991, na Itália, e 95, na Holanda, continua em plena forma e treinando para buscar novos resultados. Dono da 3ª melhor marca da história nos 100 km, com 6 horas 18 minutos 09 segundos, feita na Holanda em 95, ele tem outras conquistas memoráveis. Uma das principais é o bicampeonato na Prova Pico Subida de Veleta, na Espanha, considerada a prova mais difícil do mundo, com 50 km só de subida, partindo de uma altitude de 656 metros e chegando a 3.470 metros. Isto sem falar na temperatura. Na largada o calor é de 35 graus e na chegada os corredores enfrentam dez graus negativos. Vale destacar que a Memorial conta com outros competidores nos 100 km, como João Alves, do Passarinho, que fez história na década de 80, com três pódios na São Silvestre, e Adilson Dama, considerado a revelação no Mundial de 99, na França. Há, ainda os maratonistas José Teles de Souza, Luiz Carlos Ramos e Leone Justino. Atualmente os recordes mundiais nos 100 km pertencem a dois japoneses. No masculino, Takahiro Sunada completou a distância em 6 horas 13 minutos e 33 segundos. Entre as mulheres, Tomoe Abe tem 6 horas 33 minutos e 13 segundos – as duas conquistas feitas em Lac Sarona, no Japão.