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Arte urbana, grafite é celebrado em data nacional. Santos tem inscrições para oficinas

Publicado: 24 de março de 2023 - 17h26

Grafite. Arte urbana que remonta à pré-história, passando pelo Império Romano e aperfeiçoada no início dos anos 1970 com o movimento hip hop na periferia de Nova Iorque, e que hoje colore ruas e museus pelo mundo, tem seu reconhecimento no calendário nacional: 27 de março.

Em Santos é possível notar que a manifestação cultural que sai das latas de tinta de spray e da inventividade de diversos artistas, deu novas cores a cenários como o Centro Histórico, a Orla e muitos bairros.

Mural grafitado na Zona Noroeste

Mais que isso, o grafite ganhou na Cidade, como uma das oficinas do programa Fabrica Cultural, da Secretaria de Cultura (Secult), um espaço para ser estudado, debatido e amplificado. E melhor ainda: está com inscrições abertas. 

Os interessados têm até 31 de março para se inscrever. Quem quiser ter aulas na oficina desenvolvida no CEU das Artes (Praça da Paz Celestial s/nº, Castelo), deve se dirigir ao Jardim Botânico Chico Mendes (Rua João Fraccaroli s/nº, Bom Retiro), de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. Há vagas também na Vila Criativa Vila Nova (Praça Rui Ribeiro Couto s/nº), com inscrições no Centro de Cultura Patrícia Galvão (Av. Pinheiro Machado, 48, Vila Mathias), também de segunda a sexta, das 9h às 17h.

O interessado deve apresentar cópia do RG, comprovante de residência em Santos e uma foto 3x4. O início das aulas está programado para 10 de abril.

As aulas do curso são dadas pela artista Maria Togüe, que fala de sua relação com o ofício. “A arte urbana me chama a atenção desde criança. Lembro um episódio específico em que vi grafiteiros pintando um muro ao lado da minha casa; essa cena nunca mais saiu da minha cabeça”, disse Maria, que teve o primeiro incentivo para grafitar muros em 2015. “O grafite é um eterno aprendizado, sigo aprendendo todos os dias, com todo grafiteiro e grafiteira que conheço”.

Maria Togüe: "grafite é um eterno aprendizado"

A artista, que integra o coletivo ‘Mais Cor’, foi influenciada por outras artes e desenvolveu sua própria identidade artística. “Hoje em dia, as coisas que mais me inspiram são a natureza, a luta pela terra e a felicidade das comunidades onde grafito”, conta Maria.

“Meus trabalhos são sempre autorais; isso acaba criando uma identidade e uma linha que se repete nas artes que faço, principalmente por sempre seguirem temáticas pelas quais tenho apreço. Existe um mural que acredito ser meu preferido, ‘Futuro Ancestral’, feito ano passado, em Campo Grande (MS), com 7 metros x 1,65m”.

Trabalho da professora em Campo Grande (MS)

Sobre o espaço que essa arte urbana tem ganhado nas ruas e paredes das galerias, a artista aponta a democratização do acesso à arte e o reconhecimento aos profissionais como lado positivo deste movimento. “O grafite transforma as ruas em museus a céu aberto; é uma maneira de todos terem acesso à arte, e a presença do grafite nas galerias é também uma maneira de reconhecer grafiteiros e grafiteiras e suas criações, e principalmente reconhecer a manifestação como linguagem da Arte Contemporânea, tão válida quanto às outras”, analisa.

DIA DO GRAFITE

Celebrado em 27 de março, o Dia do Grafite faz referência à data de morte do etíope naturalizado brasileiro Alex Vallauri, em 1987, aos 37 anos.

O grafiteiro, artista gráfico, gravador, pintor, desenhista e cenógrafo chegou ao Brasil em 1965, desembarcando em Santos, onde treinou a técnica da gravura retratando pessoas no Porto e, mais tarde, em São Paulo. Ainda em Santos, iniciou-se em xilogravura e foi premiado no Salão de Arte Jovem de 1968.

Pioneiro na arte do grafite no Brasil, Alex usou outros suportes além dos muros. Estampou camisetas, bottons e adesivos. Para ele, o grafite era a forma de comunicação que mais se aproximava do seu ideário de arte para todos.

As imagens apresentadas em seus trabalhos eram de simples e rápido entendimento, porque ele acreditava que, uma vez expostas em meio ao caos da cidade, as imagens deveriam ser de imediata compreensão.