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Arte urbana em homenagem ao cinema colore a frente de edifício histórico em Santos

Publicado: 23 de julho de 2022 - 17h41

A arte urbana sempre fez parte do cotidiano dos santistas, seja nos murais e grafites espalhados por todas as ruas, ou pelo espírito libertário que encarna a arte e faz parte do espírito criativo da Cidade. Neste sábado (23), ela tomou conta da frente de um importante edifício histórico, a Casa da Frontaria Azulejada, para homenagear a história do cinema local e o fato de Santos ser uma das oito do mundo reconhecidas como cidade criativa da Unesco, neste setor.

Integrando a programação cultural da 14ª Conferência de Cidades Criativas da Unesco (encerrada nesta sexta-feira), quatro palcos foram montados na Rua do Comércio, onde os artistas Bomfim, Gabi Mirandas, Nane Anders e Prëo puderam compartilhar seus talentos em claquetes gigantes e pintar suas telas, com a marca pessoal que os destaca.

Nane Anders

(Instagram: @naneanders)

Numa tela repleta de cores, a artista, com 25 anos de experiência em murais urbanos, disse fazer uma homenagem aos ícones de filmes famosos. “As cores transmitem a alegria e a leveza que tanto precisamos. Fiz questão de destacar os clássicos do Cinema, como o ET, Pulp Fiction”.

A artista possui uma ligação muito visceral com a Cidade. Na obra, por exemplo, existe uma referência ao Curta Santos. “Santos faz parte da minha vida e da minha arte, tanto que penso em passar esse amor para as crianças e fiz um livro onde trabalho a alfabetização usando palavras que remetam a Cidade”. Nane se refere ao livro ABC Infantil Santista (Instagram: abcinfantilsantista).

Gabi Miranda

(Instagram: @gabimirandas)

A artista, com 6 anos de experiência em murais, fez uma referência ao filme Coringa que rendeu o Oscar de melhor ator a Joaquin Phoenix pelo papel de protagonista. No trabalho, as expressões do personagem retratado chamam a atenção de quem passa, juntamente com um grafismo estilizado das letras. A artista também revela suas raízes na Cidade. “Quanto comecei, diziam que em pouco tempo teria que sair de Santos, mas nunca deixei de morar aqui, às vezes saio para algum trabalho pontual, mas sempre volto para cá”.

Ela conta que no meio da arte urbana, muitas vezes as pessoas não acreditam que uma garota seja capaz de fazer as artes que faz. “É curioso, pois geralmente quem vem conversar comigo como autora são as crianças, que não tem preconceitos e de pronto me identificam como a responsável por algum trabalho”.

Preo

(Instagram: @estudiopreo)

No mural de Preo é impossível não viajar no tempo. Os traços e cores do artista remetem ao passado, através de detalhes que expressam o sentimento de nostalgia. Leonardo Leite é o nome de batismo de Preo, como é mais conhecido na arte urbana, onde possui quatro anos de experiência. Ele revela que sua marca é justamente a afetividade.

“Trabalho com o sentimento, pequenas obras de arte que conversam com o nosso passado, trazem a referência do circo, das brincadeiras, retratam a infância de cada um de nós. Buscam fazer com que as pessoas enxerguem o mundo através da ótica de uma criança”.

Bomfim

(Instagram: @bomfim_erico)

“Santos é um ovo”. Todos os santistas, com certeza, já ouviram essa afirmação, quase tão consolidada quanto o pão de cará, as médias, mangos e o nosso tão querido “tu”. O artista Érico Bomfim, ou apenas Bomfim, como é conhecido no meio, espalha desenhos e murais de ovos pela cidade através das suas obras.

Na atual, com temática ligada ao cinema, Bomfim fez dois ovos, um em referência ao filme Laranja Mecânica (de Stanley Kubrick) e outro em homenagem ao grande Carlitos, personagem de Charles Chaplin. “O ovo é uma brincadeira com os santistas, quero que eles se identifiquem com algo que remete a nós. Sempre com o humor, com o qual amo trabalhar”.

CONTRASTE ENCANTA

As obras fizeram sucesso com as pessoas que passavam pelo local. A contadora Anecler Torres destaca o colorido dos trabalhos e o contraste com os prédios históricos. “A reforma e, agora, esses murais, voltaram a dar vida para o prédio".

É o mesmo sentimento expressado pela aposentada Paula Lopes. “Acho essas artes uma terapia, é muito bom poder passar pelo nosso Centro e ver arte e vida. E dá um aspecto moderno às artes. É o contraste do novo e do antigo”.