Arquivos pessoais são importante registro da sociedade, diz historiadora
Mais do que preservar documentos, fotografias, medalhas e outras condecorações, é imprescindível fazer a conexão desse material com a vida e obra do indivíduo, independente de sua relevância junto à comunidade onde viveu. Para Ana Maria de Almeida Camargo, presidente da Associação de Arquivistas do Estado de São Paulo, esse procedimento respeita a multiplicidade do indivíduo e oferece o contexto adequado para avaliação futura, evitando que a reconstituição de sua vida seja feita a partir do documento, como ocorre atualmente. Ela esteve, nesta sexta-feira (6), na cidade, coordenando a atividade Arquivos Pessoais, que integra a 1ª Jornada de Memória e Arquivologia do Litoral Paulista, promovida pela Fams (Fundação Arquivo e Memória de Santos). Em sua opinião, organizar arquivos pessoais é um desafio, tendo em vista a complexidade e variedade de dados. O arquivo é uma reunião de documentos que refletem as atividades de um indivíduo ou instituição, afirmou, acrescentando que a fotografia, embora exerça grande sedução, perde a capacidade de refletir a realidade quando não inserida em um contexto. Fotografia, atual ou não, que não esteja devidamente identificada, não tem valor documental, frisou. E lembrou que, graças aos celulares e a equipamentos digitais de valor acessível, a fotografia está hoje banalizada e pode ser encontrava em blogues, na internet. A jornada da Fams prossegue em setembro, quando Maria Cecília Jurado de Andrade coordenará a Oficina de Paleografia. Estão previstos ainda os temas Centro de Documentação e Referência, com Viviane Tessitore; Arquivo e Fluxo Digital, com o fotógrafo Marcos Kim, e Educação Patrimonial, com o superintendente regional do Iphan em São Paulo, Vitor Hugo Mori. As inscrições para a próxima atividade já podem ser feitas pelo site www.fundasantos.org.br