Aposentada reúne 500 assinaturas a favor do museu pelé

Quando veio do Rio de Janeiro para Santos, há 40 anos, Diva Deusa dos Santos deixou um pouco de lado a torcida pelo Flamengo e se tornou uma grande admiradora do time da Vila Belmiro. Fã de Pelé e inconformada com a paralisação das obras do museu em homenagem ao ex-jogador, resolveu agir por conta própria: durante suas caminhadas diárias pela orla, entre os canais 1 e 3, passou dois meses recolhendo assinaturas de pessoas também favoráveis à instalação do equipamento. O resultado do trabalho foi apresentado ontem (03), quando ela entregou ao chefe do Executivo um abaixo-assinado com aproximadamente 500 nomes, que deverá ser anexado ao processo judicial referente à obra. Coletei todas essas assinaturas sozinha e só naquele trecho, contou. Várias cidades do mundo queriam ter esse museu, mas ele tem que ser em Santos. Não podemos deixar o Pelé fugir daqui. Para ela, que tomou a iniciativa assim que leu sobre a interrupção das obras, é preciso que os santistas participem mais ativamente. Queria que mais gente fizesse isso também. Nós temos que lutar sempre por aquilo que queremos. Os jovens, principalmente, precisam ter consciência disso, aconselhou a aposentada, prestes a completar 70 anos de idade. IMPACTO AMBIENTAL A expectativa do Executivo é de que em 60 dias esteja pronto o Estudo de Impacto Ambiental-Relatório de Impacto no Meio Ambiente (EIA-Rima) da área do Museu Pelé, que será elaborado pela Fundação de Estudos e Pesquisas Aquáticas (Fundespa), ligada à Universidade de São Paulo (USP), e submetido à aprovação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Com o EIA-Rima em mãos, será possível recorrer da sentença que determinou a paralisação das obras do museu. Como a ausência do estudo é o único item que justifica a sentença da juíza Federal Substituta da 1ª Vara Federal em Santos, Eliana Parisi e Lima, que julgou a ação civil movida pelo Ministério Público, a expectativa é de que seja concedida a autorização para retomada da construção. Embora a questão seja referente apenas ao museu, o contrato da Prefeitura com a Fundespa também prevê a elaboração de relatório sobre toda a área do Emissário, visando a reurbanização do local. Existe ainda a intenção de que a fundação avalie o ponto onde está prevista a instalação do restaurante náutico, na Ponta da Praia.