Ao som de sucessos, tenda de verão em Santos alegra e agita público na praia
Caterina Montone
Muito gingado, alegria e vontade de viver marcaram a aula de dança de salão realizada na Tenda 3, Boqueirão, na manhã desta quinta-feira (18). Mesmo com sol o forte, o evento reuniu santistas e turistas que mostraram todo o talento nos passinhos. A prática faz parte da programação cultural do Santos Verão 2024 e segue na orla e em pontos turísticos até 13 de fevereiro com mais de 200 atrações.
Entre palavras de incentivo e coreografias em diversas velocidades instruídas pelo professor Lauro Donizete, os participantes não ficaram parados. A dinâmica era simples: a maioria dos passos de dança deveria ser executada em casais e, assim que a música fosse trocada, os pares também eram alterados. Dessa forma, era possível promover socialização, troca de habilidades e apoio no desenvolvimento do ritmo. O embalo foi garantido por sucessos do rock, forró, samba e pagode. Uma música bastante conhecida dos anos 2000 e aproveitada com diversão foi ‘Dança da Mãozinha', do grupo Tchakabum.
Com energia de sobra e distribuindo simpatia, Avani Santos, 62 anos, veio de São Vicente a Santos para mostrar todo o talento nas coreografias. Para ela, a dança vai além de uma simples prática. “É uma terapia. Antes eu não tinha tempo e motivação, mas hoje, não consigo descrever toda a felicidade que sinto em estar nesse lugar, com essa energia surreal. Modéstia à parte, ainda estou aprendendo a dançar e hoje até me saí bem com os parceiros que encontrei aqui”.
Prestes a completar 90 anos, Paulo Silveira, faz sucesso nos passinhos com coreografias que aprendeu em 15 anos de aula com o professor. Sem perder o ritmo e a alegria contagiante, os colegas que o viam apontavam e gritavam “esse é fera” em direção ao aposentado. “Amo dançar. É o que me traz saúde e vontade de viver. Comecei - mesmo que mais ‘tarde’ - pela paixão que sinto em praticar a atividade, mas ainda tenho disposição de sobra”.
Quem concorda com é a mulher dele, Flauzina dos Santos, 87. Casada há 62 anos com Paulo, “Flor”, como é conhecida, faz questão de estar com o marido em todas as aulas, como também se garante na dança de salão. “Começamos juntos porque precisávamos dessa alegria, ter a companhia que nossos colegas nos trazem. Mas apesar das dores no joelho, não ficamos só nas aulas, viu? Também nos apresentamos no Teatro Municipal e é maravilhoso”, divertiu-se.
Ao final da atividade, os abraços e cumprimentos ao professor não poderiam faltar. Falas como “até a próxima aula”, “a aula foi ótima” e “valeu, professor”, acompanhadas por enormes sorrisos e olhares de gratidão, se tornaram parte da atração. Fotos e vídeos aos montes mostrando toda a alegria dos alunos também foram registrados.
Para o professor Lauro Donizete, que recebia todos os elogios dos alunos com orgulho, a aula se torna ainda melhor quando, além de poder acompanhar o desenvolvimento do público, há uma mistura de gerações. “Nas nossas aulas, a diversão é garantida, isso é um fato. Mas o impacto é ainda maior quando juntamos pessoas mais jovens com idosos. A troca de experiências é enriquecedora e cada um vai ensinando passos de dança ao outro. Às vezes, a troca de cultura também acontece, já que nem todo jovem gosta de bolero e nem todo idoso gosta de pop, então eles dançam esses ritmos nas aulas e se divertem”.
Toda a programação das tendas de verão pode ser conferida aqui.
Esta iniciativa contempla o item 3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Saúde de Qualidade.Conheça os outros artigos dos ODS.