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Ambulatório em Santos lança questionário para identificar e ajudar pessoas com doenças do intestino

Publicado: 11 de maio de 2022 - 14h56

"Comi algo que me fez mal" pensou a auxiliar administrativa Sabrina Cary, 42 anos, ao sentir muito desconforto na região da barriga quando, em 2005, acabou sendo diagnosticada com doença de Crohn, uma das Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs). Passados 17 anos desse "desconforto", hoje ela é uma das cerca de 200 pacientes em tratamento no setor de DII do Ambulatório de Especialidades Médicas da Zona Noroeste (Ambesp-ZNO).

Na manhã desta quarta-feira (11), Sabrina passou por consulta com a gastroenterologista Bianca Schiavetti, responsável pelo Ambulatório de DII do Ambesp-ZNO. Desde o dia 4, a unidade está aplicando um questionário para identificar pessoas com doenças inflamatórias intestinais, dentro das atividades do Maio Roxo, mês de conscientização das DIIs.

Cada pergunta do formulário tem um peso específico e, se o resultado for igual ou maior que 8, pode indicar que uma inflamação no intestino.

Entre as perguntas que remetem aos sintomas das DIIs estão: "você tem dor em várias regiões da barriga (sem ser em um local específico) várias vezes ao dia ou de forma contínua?", "emagreceu, sem dieta, mais do que 5% de seu peso normal nos últimos três meses?" e "teve febre a partir de 37,5°C, verificada com termômetro, mais que uma vez nos últimos três meses?".

Cerca de 50 pacientes já responderam ao formulário, sendo que 15 tiveram pontuação alta e já foram convocados para consulta de triagem com a Enfermagem. Eles também foram convidados para uma palestra, marcada para dia 18, às 10h, no Ambesp-ZNO.

MELHORA SIGNIFICATIVA

Após passar pela consulta, Sabrina Cary conta que começou o tratamento por via oral e, atualmente, tem que tomar infusão de outra medicação a cada dois meses. "Hoje estou ótima. A doutora Bianca me salvou", agradece. Segundo relata, graças ao tratamento contínuo, hoje os problemas são bem menores. Ela sente às vezes algum desconforto intestinal quando sai da dieta prescrita ou quando está nervosa. "Adoro chocolate, mas me controlo".

Bianca Schiavetti afirma que as DIIs não têm cura, mas tratamento. A prevalência se dá em pessoas de 15 a 40 anos, com um discreto número maior entre as mulheres. Para o tratamento, a medicação é fornecida nas farmácias de alto custo. Em Santos, as retiradas são no Ambulatório de Especialidades Médicas (AME), no bairro Aparecida. "Em 2021, havia uma relação de 1.100 pessoas da Baixada Santista cadastradas para receberem medicação específica de DIIs".

Segundo a gastroenterologista, a ideia de campanhas como a do Maio Roxo é o diagnóstico precoce para evitar a fase mais aguda das doenças. A principal causa das DIIs, ressalta ela, é uma alteração genética no paciente que, ao longo da vida, pode ser exposto a "gatilhos ambientais" como dieta industrializada (abuso em fast foods e ingestão de alimentos enlatados) e tabagismo, que aceleram as DIIs.

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mulher usando avental branco e máscara está sentada à mesa fazendo anotação em papel. Do outro lado, uma mulher fala com ela. É uma conversa entre médica e paciente. #paratodosverem
Pessoas com pontuação alta são convidadas para consulta