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‘AMarapé’: santistas expressam sentimento ao bairro que completa mais um ano

Publicado: 12 de junho de 2023 - 17h57

Se tem uma coisa que tira os moradores do Marapé do sério é cogitar a possibilidade daqueles que nasceram e se criaram no bairro, que completa 69 anos nesta terça-feira (13), de sair da área. É ali, num recanto tradicional de Santos, que mescla residências, comércio e referências culturais, que muitos declaram abertamente seu amor e exibem, com orgulho, um certo bairrismo e as histórias vividas no local que fica entre o sopé dos morros do Marapé, José Menino e Santa Terezinha e o canal 1.

A data de comemoração do aniversário é vinculada à fundação da Sociedade de Melhoramentos do Marapé, porém, antes disso, já havia no local chácaras de japoneses com plantações de legumes. O adensamento populacional, que ia do Centro para a praia começou na década de 1920 e se intensificou no Marapé a partir da década de 1940. A origem do nome, inclusive, vem do tupi-guarani e significa Caminho do Mar.

A história da família de Valdir Rodrigues da Silva, de 80 anos, se confunde com a do bairro. Seus pais já moravam naquela região há 100 anos e foi ali que ele nasceu, foi criado, conheceu a mulher, casou, criou filhos e netos.

“A infância aqui era muito boa. Rua sem asfalto, subir o morro com minha mãe olhando de casa para onde íamos, muita liberdade. O bairro mudou muito, mas não troco ele por nada e passei esse amor para meus filhos”, conta o morador, devoto de São Judas Tadeu. Tanto ele quanto seu primeiro filho foram batizados por Francisco Leite (1932-2021), o padre Chiquinho, pároco que marcou época na Igreja São Judas Tadeu.

Com área aproximada de 1,81km² e população de cerca de 21 mil habitantes, o bairro tem como uma de suas referências o maior cemitério vertical do mundo, a Memorial Necrópole Ecumênica, que, desde 1991, aparece no Livro dos Recordes como o mais alto do planeta. É lá que está o Mausoléu de Pelé, espaço de visitação onde está enterrado o Rei do Futebol. Os moradores contam ainda com os serviços da Policlínica Marapé e das unidades municipais de educação (UMEs) Dr. Alcides Lobo Viana, José da Costa Barbosa e Padre Francisco Leite.

“Já saí várias vezes daqui, mas rodo e acabo novamente no Marapé. Amo esse bairro e é aqui que meu coração me traz. Temos tudo perto, é um local tranquilo, tradicional e vem melhorando muito nos últimos anos”, anima-se a vendedora Regina Ribeiro.

ARTE POR TODOS OS LADOS

Mas se é consenso entre os moradores que não se troca o Marapé por nenhum outro lugar no mundo, tem um assunto interno que divide opiniões: a escola de samba do coração. O bairro abriga as agremiações União Imperial, Ouro Verde e Real Mocidade Santista. “Aqui é um bairro bem tranquilo de viver, onde ainda é possível as crianças brincarem na rua, idosos colocarem cadeiras nas calçadas para bater papo. Mas a nossa divisão não é geográfica. Cada grupo pertence a uma escola de samba diferente e é assim que vivemos por aqui”, conta a comerciante Marcella Gonçalves, 32 anos, que não esconde de ninguém a paixão pela União Imperial. Ela, que mora no bairro desde que nasceu, escolheu montar seu comércio bem ao lado da escola de samba preferida. “E não tem jeito. Já morei em vários Estados e sempre volto para o meu Marapé. É aqui que quero estar sempre”, declara.

Se as escolas de samba dão ritmo ao coração de moradores, é aos olhos que chamam a atenção as fachadas de algumas construções que ainda conservam murais que formam paisagem europeias ou retratam algum santo católico.

O Mercado do Marapé é um dos prédios que trazem um pouco deste colorido na fachada, com um painel de pastilhas do artista plástico Clovis Graciano, inaugurado em 1954 pelo então prefeito Antônio Feliciano. A obra representa como o comércio acontecia antigamente.

MELHORIAS

Cor e arte estão também presentes no monumento instagramável instalado na confluência das ruas Antonio Bento de Amorim e José Gonçalves da Mota Júnior com a Avenida Pinheiro Machado. Além de uma declaração de amor à Cidade com a tradicional mureta estilizada, o local recebeu uma pintura do artista santista Daniel Drosh.

Desde o início do ano, a Prefeitura está investindo em outras melhorias e no embelezamento de três espaços do bairro: as praças André de Fazio, já concluída; e Cândido Portinari, prestes a ser entregue, e a quadra poliesportiva que fica na esquina das ruas Benedito Ernesto Guimarães e Nilo Peçanha.

Esta iniciativa contempla o item 11 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU: Cidades e Comunidades Sustentáveis. Conheça os outros itens dos ODS.