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Aids: médico da califórnia debate a prevenção através da pesquisa

Publicado: 23 de junho de 2003
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A última conferência do 1° Congresso Santista de Aids/DST/Hepatites contou com a presença do professor de medicina comunitária e epidemiologia na Universidade da Califórnia, Norman Hearst. Com mais de 50 artigos publicados em torno do tema A pesquisa como estratégia de prevenção, Hearst apresentou o resultado de algumas pesquisas realizadas no Brasil e o que elas trouxeram de relevante para o trabalho de prevenção. Foi enfocada, principalmente, a pesquisa comportamental do tipo quantitativa, com exemplo de estudos voltados para a população geral e a chamada população vulnerável. A primeira experiência relatada aconteceu em Brasília e teve uma metodologia ainda pouco usada no país, segundo o professor. Através do telefone, foram entrevistadas 500 pessoas e constatou-se que a informação sobre a doença atinge um bom nível, mas ainda havia dúvidas sobre os meios de transmissão da Aids. A pesquisa orientou os técnicos a elaborarem a campanha de esclarecimento sobre o que não transmite Aids (abraços, beijo, uso do vaso sanitário). A mesma pesquisa levantou o dado de que 60% dos jovens solteiros de Brasília usavam camisinha regularmente. Considerado um período de alerta, o carnaval também foi alvo de pesquisa. Nessa ocasião foram entrevistados 380 homens que haviam participado do carnaval em São Paulo. A amostra revelou que a minoria dos homens que costuma se prevenir durante o ano apresentaram comportamento de risco naquele feriado. REFERÊNCIA Ao abordar pesquisas desenvolvidas junto grupos vulneráveis, Hearst usou como um dos exemplos o trabalho desenvolvido por técnicos da Secretaria Municipal de Saúde de Santos (SMS), no final da década de 90, com o grupo de caminhoneiros freqüentadores do porto de Santos. Esse estudo deu subsídios para o trabalho preventivo com determinado segmento, mostrando que havia entre eles maior prevalência de sífilis do que Aids. Metade dos caminhoneiros pesquisados não usava camisinha e costumavam ter relações com várias e diferentes parceiras. As respostas são quase as mesmas com os caminhoneiros de rotas curtas, o que mostra que estas atitudes não acontecem devido ao longo tempo que ficam fora de casa, mas é algo presente na cultura da categoria. TESTES DE AIDS Na mesa-redonda sobre o tema Aumentando a oferta de testagem, o consultor em publicidade da Coordenação Nacional de DST/Aids, Mauro Siqueira, expôs sobre as estratégias de acesso através de campanhas de massa, como é o caso da Fique sabendo, que incentiva a população a fazer o teste de Aids. Apenas 20% da população brasileira já fez o exame e estima-se que dois terços das pessoas infectadas no país ainda não sabem que carregam o vírus do HIV. A médica Denise Serafim, também do Ministério da Saúde, expôs sobre o aconselhamento e como ele deve ajudar no planejamento das ações preventivas. Em Santos, os testes para Aids, DST e hepatites são feitos gratuitamente. Basta comparecer ao Coas (Avenida Pinheiro Machado, 580), assistir a uma curta palestra e realizar o exame, que é feito de forma sigilosa, sem necessidade de identificação. Informações pelo telefone 3251-6036.