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Agentes de Defesa Civil: Santos valoriza o trabalho dos que mantêm a população longe do perigo

Publicado: 12 de novembro de 2022 - 9h34

Eles estão em alerta as 24 horas do dia. Analisam riscos, atendem a chamados de emergência para fenômenos naturais ou de intervenção humana indevida e ainda capacitam a população para reconhecer situações de risco.

São os agentes da Defesa Civil que, neste sábado (12 de novembro), celebram a data municipal da função.  Instituído pela lei 3.015, de 26 de setembro de 2014, o Dia Municipal do Agente de Defesa Civil é uma forma de reconhecer o empenho daqueles que têm como objetivo manter a população longe do perigo.

“O agente de Defesa Civil é um servidor diferenciado porque, além das qualidades que ele precisa possuir como conhecimentos técnicos tanto em edificações quanto em acidentes naturais, onde ele faz identificação e avaliação desses riscos, é preciso ter um controle emocional para o atendimento da população em momentos de crise”, afirma Daniel Onias, coordenador do órgão santista que funciona há mais de 40 anos.

O cargo de agente de Defesa Civil foi criado em 2017, possibilitando a efetivação de profissionais específicos para o setor, sem necessidade de transferências. Para se candidatar à função, não é necessário conhecimento prévio, pois, quando convocados, os novos agentes passam por intenso processo de aprendizagem antes de colocar esse conhecimento em prática.

“Para exercer esse cargo, passamos por um curso de cinco módulos, onde aprendemos noções sobre estruturas, geologia, meteorologia e atendimento ao público. São muitos detalhes, por isso no início vamos a campo como auxiliares, porque ainda não temos a experiência necessária para avaliar as situações sozinhos. Estamos lidando com vidas, então um só erro pode ser fatal”, afirma o agente Rosevaldo Santana Santos, na função desde que o cargo foi criado.

Os perigos enfrentados pelos profissionais vão desde aqueles causados pela natureza, como inundações, deslizamentos de terra e quedas de árvores, até os gerados pelo ser humano, como incêndios, vazamentos de gás e colapso de estruturas. Para estarem sempre adiantados em relação a essas situações, os 13 agentes que atuam pela Cidade aprimoram constantemente os conhecimentos por meio de cursos e simulações.

Em breve, mais dois profissionais devem se juntar ao time - eles foram convocados após concurso público e estão em fase de exames médicos. Na equipe, ainda há dois engenheiros, dois geólogos e um meteorologista, sendo que a maior parte dos agentes é formada em Engenharia Ambiental e Civil, o que contribui ainda mais com os seus serviços. Somando-os aos motoristas, profissionais administrativos e demais servidores que atuam pelo órgão, podem-se contar 41 funcionários na Defesa Civil de Santos.

Estes trabalham no escritório e nas ruas. Na sede do órgão, os profissionais monitoram os níveis pluviométricos da Cidade para emitir alertas à população e boletins meteorológicos diários, observando as diversas condições climáticas que possam afetar a população, como a velocidade dos ventos, o acumulado de chuvas, descargas elétricas, intensidade das ondas, entre outros aspectos.

Em campo, atendem a demandas, a maioria referente a rachaduras e infiltrações nas áreas de morro e periferia, que costumam ser os lugares mais afetados. Somente neste ano, foram 470 ocorrências atendidas, número que, segundo os profissionais, está - felizmente - abaixo da média, que costuma ser de 700 a 800 casos por ano.

No verão, período em que as chuvas se intensificam, este trabalho que já ocorre 24 horas por dia, em todas as regiões da Cidade, exige ainda mais dos agentes. Neste período, servidores de outros setores são movidos temporariamente para a Defesa Civil para contribuir com o atendimento mais ágil à população, garantindo o esclarecimento de dúvidas e a segurança de todos os santistas.

PROGRAMAS DE PREVENÇÃO

É na época mais quente do ano, inclusive, que tem início o Plano Preventivo da Defesa Civil (PPDC), em vigor há mais de 30 anos com o objetivo de instruir os moradores de encostas dos morros quanto aos riscos proporcionados pelas chuvas que se avolumam entre os meses de dezembro e abril. Neste período, os agentes percorrem as áreas que apresentam de risco baixo a muito alto de deslizamentos. Por ano, são orientadas mais de três mil famílias dentro deste programa.

Como a prevenção é uma das maiores metas do órgão, outras ferramentas são aplicadas frequentemente na conscientização da população como os Núcleos de Proteção e Defesa Civil (Nupdec), voltados aos moradores, e o projeto ‘Defesa Civil na Escola’, direcionado às crianças. “Essa ação nas escolas, para mim é a mais importante, porque é desde cedo que se constrói um cidadão consciente”, afirma o agente Rosevaldo Santana Santos.

CAPACITAÇÃO DE MORADORES E ESTUDANTES

Nas áreas de risco, a capacitação ensina a reconhecer situações de perigo, como agir nesses momentos, como e qual ajuda chamar, formas de proteger amigos e familiares, além de noções de primeiros socorros e de prevenção e combate a incêndio. Desde o início, em 2008, o Nupdec já formou 913 voluntários. Atualmente, quatro núcleos estão ativos: Pacheco e Penha, Monte Serrat, Vila Progresso e Caneleira.

Abordando medidas preventivas para evitar ocorrências fatais, o ‘Defesa Civil na Escola’ também atingiu grande público desde que foi criado, no mesmo ano de início do Nupdec: 22,9 mil crianças já passaram pelo curso até o momento. Apesar de ser desenvolvido em conjunto com a Secretaria Municipal de Educação, a iniciativa não abrange somente escolas municipais, mas também unidades estaduais e privadas.

TRABALHO EM CONJUNTO

O trabalho realizado pela Defesa Civil de Santos frequentemente ocorre em conjunto com outros órgãos, internos e externos. Como um dos papéis mais importantes desempenhados pelo setor é a identificação e avaliação de riscos, que é o primeiro passo para a resolução dos problemas, estes encaminham as demandas aos respectivos órgãos competentes após a análise dos agentes. Geralmente, os outros setores envolvidos são as secretarias de Infraestrutura e Edificações (Siedi), Meio Ambiente (Semam), Serviços Públicos (Seserp) e órgãos externos como as companhias responsáveis pela concessão de energia elétrica e abastecimento de água.

A Defesa Civil ainda trabalha na companhia do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), com o qual desenvolveu o Plano Municipal de Redução de Riscos; Ministério da Ciência e Tecnologia, que disponibiliza uma rede de pluviômetros automáticos; Núcleo de Pesquisas Hidrodinâmicas da Universidade Santa Cecília (Unisanta), que monitora a movimentação das águas da bacia de Santos; Centro de Controle Operacional (CCO), que contribui na tomada de decisões mais ágeis já que possui imagens em tempo real de diversos pontos da Cidade, além de mapeamento de áreas de risco.

ALERTA

A Defesa Civil reforça que a população das áreas de risco deve estar sempre atenta aos sinais de deslizamentos, como trincas e rachaduras no solo; aparecimento de degraus ou rebaixamento do terreno; inclinação de árvores, postes, cercas ou muros; valas com águas mais barrentas do que o normal; muros estufados; estalos; aumento das trincas em paredões rochosos. Caso algum destes sinais seja percebido pelos moradores, a Defesa Civil deve ser comunicada imediatamente pelo telefone 199.

PREVENÇÃO

Para evitar acidentes: Não se deve jogar lixo nem água servida nas encostas. É importante evitar a obstrução da drenagem e comunicar a Defesa Civil sobre qualquer vazamento nas redes de água e esgoto. O órgão ainda alerta para que a população não faça trotes, que acontecem pelo menos uma vez por dia e ocupam a linha de emergência, dificultando o contato de pessoas que realmente precisam de ajuda.

 

SERVIÇO

Quem quiser receber alertas da Defesa Civil sobre deslizamentos, ressacas, alagamentos, entre outras situações, pode enviar SMS para o número 40199 com o número do CEP onde mora. Para contatar o órgão, também é possível acionar o telefone 3208-1000.