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Acolhimento temporário garante convivência familiar a crianças e jovens

Publicado: 5 de junho de 2012
18h 00

A residência do casal Luciana e Ademir, 39 e 40 anos, na Zona Noroeste, é literalmente como coração de mãe: sempre cabe mais um. Com quatro filhos biológicos, de quatro, 15, 17 e 19 anos, eles decidiram participar do programa Famílias Acolhedoras, da prefeitura, e abrir as portas de sua casa para outros quatro irmãos, de cinco, oito, 14 e 17 anos, cuja família biológica perdeu provisoriamente a guarda. “Sentimos vontade de dar amor ao próximo. Somos todos uma família, há comunhão, amor e amizade”, diz ela.

O casal é uma das sete famílias cadastradas atualmente no programa gerenciado pela Seas (Secretaria de Assistência Social), alternativa de inclusão social de crianças e adolescentes de zero a 18 anos incompletos, cuja família de origem passa por momento de desestruturação e que perdeu a guarda temporariamente por situações de abandono, violência ou negligência. O programa, diferente da adoção, encaminha os atendidos às famílias cadastradas e pré-selecionadas por técnicos do serviço, abrigos e Judiciário.

No acolhimento temporário, onde ficam até no máximo dois anos, encontram mais facilidade de se integrar à sociedade e, ao final do processo, retornam ao lar de origem. “O objetivo é garantir o direito à convivência familiar e comunitária dessas crianças e jovens, e fazer com que voltem à família biológica ou para parentes”, afirma a chefe da seção do programa, psicóloga Coemara Hori de Oliveira.

Segundo ela, a maioria das famílias de origem enfrenta problemas de dependência química. “Encaminhamos esses pais para projetos de inclusão no mercado de trabalho e para programas de transferência de renda da prefeitura”.

Desde que o programa foi criado em 2005, já foram feitos 91 acolhimentos de crianças e jovens encaminhados pelo Judiciário, enquanto os pais biológicos recebem apoio de profissionais para readquirir condições de cuidar dos filhos. Algumas famílias acolhem mais de uma criança ou adolescente, geralmente quando há irmãos na mesma situação.

Foi o que fizeram Luciana e Ademir. “É uma troca. Meus filhos biológicos aprendem o amor ao próximo, a ver a necessidade do outro. Eles se dão muito bem e ensinamos todos a aprender a dividir. Minha casa é um verdadeiro coração de mãe”, conta Luciana.

Como participar
Os candidatos ao programa, voltado para residentes em Santos, passam por entrevista e encontros, onde é discutida a questão do acolhimento. Uma equipe também faz visita domiciliar às famílias e a última etapa é a entrega de documentos - atestados de antecedentes criminais, de sanidade física e mental.

A família pode escolher o sexo e idade da criança. É oferecida ajuda de custo de R$ 364,21 mensais por criança acolhida, provenientes do FMDCA (Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente).

Outros benefícios: enxoval, encaminhamento prioritário às escolas da rede municipal de ensino, e atendimento médico, por meio de convênio com a Secretaria de Saúde. Interessados devem comparecer na Rua Joaquim Nabuco, 21, Vila Mathias, ou entrar em contato pelo telefone 3251-9333.