Ação no Poupatempo de Santos conscientiza sobre doação de órgãos e tecidos
A Seção de Captação de Órgãos e Tecidos (Secapt) da Secretaria de Saúde conscientizou mais de 80 pessoas no primeiro dia de ação dentro do Poupatempo de Santos nesta segunda-feira (14). As atividades, com banners, entrega de panfletos, orientação, esclarecimento de dúvidas e a reprodução de vídeos informativos sobre o assunto, vão até sexta-feira (18), das 9h às 13h.
A Secapt já esteve no Poupatempo no mês de janeiro deste ano. No ano passado, passou por diversos outros locais de grande circulação de pessoas como feiras, shoppings, praças, entre outros. Em abril, a iniciativa também será levada às escolas municipais.
“São locais onde a gente consegue conversar com várias pessoas e a cada dia são pessoas diferentes, então o alcance é muito grande”, explica a chefe da Secapt, a enfermeira Danielle Caliani Barbosa Machado.
Segundo ela, cerca de 50 mil cidadãos aguardam por um transplante no Brasil, enquanto uma única pessoa é capaz de salvar várias vidas - o que muitas vezes não acontece pela falta de informação. “Embora a campanha oficial seja no nono mês do ano (Setembro Verde), esse tipo de ação deve acontecer durante o ano todo, porque a conscientização não pode parar”. Em 2021, 100% das famílias atendidas pela Secapt autorizaram a doação dos órgãos de parentes falecidos por morte encefálica.
GESTO DE AMOR
Ao ouvir o assunto que era tratado pelas enfermeiras durante uma das abordagens, a cuidadora de idosos Luciane de Carvalho Feliciano, de 47 anos, aproveitou a oportunidade para chamar um dos membros da equipe para tirar uma dúvida. “Meu sonho é poder doar tudo o que ainda puderem usar após a minha morte. Só que não quero enterro e nem velório, gostaria de também poder doar meu corpo para pesquisas. Então ela me orientou sobre como fazer”.
Para a cuidadora de idosos, doar órgãos e tecidos é um ato de amor. “Nós somos matéria. O que não serve para um, serve para outro. É um gesto de amor ao próximo”, finalizou.
A DOAÇÃO
Para doar órgãos é preciso avisar a família, ainda em vida, sobre o desejo de ser doador, pois é necessário a autorização de parentes, não sendo válida apenas a manifestação no RG.
A doação é sempre antecedida por uma entrevista e autorização de familiares. Precisa ser constatada a morte encefálica (quando o cérebro para de funcionar, mas o coração ainda está batendo). Para essa confirmação, há legislação específica do Conselho Federal de Medicina: três médicos (que não podem integrar equipes de transplante) têm de dar o aval e, só depois, entra a fase da entrevista com a família. Na rede pública municipal, o setor pode ser acionado pelo telefone (13) 3221-4230.