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Abertura do Santos Jazz tem homenagens a Nina Simone e fortalecimento da cultura negra

Publicado: 26 de julho de 2019 - 15h07

Ingressos esgotados em poucos minutos e plateia lotada no Teatro do Sesc. Foi assim, com o ‘pé direito’, que teve início o 8º Santos Jazz Festival, primeiro e maior evento musical do gênero da região. As notas dos naipes de metal da LMC Big Band abriram a noite, com execução de standards e uma versão especial de Georgia On My Mind, de Ray Charles.

Com 30 horas de música e 23 shows, a programação do 8º Santos Jazz Festival segue até o domingo (28) em locais como Arcos do Valongo, Museu do Café, Shopping Pátio Iporanga e Sesc Santos, além de performances no Bonde Arte. A agenda completa pode ser conferida aqui.

ABERTURA

Após a apresentação do grupo, composto por pessoas atendidas pelo Lar das Moças Cegas e criado no próprio festival, os organizadores Denise Covas e Jamir Lopes subiram ao palco para oficializar e reiterar o compromisso que o evento e a cultura têm com a sociedade. “Ao longo das últimas edições tivemos 135 shows, 200 horas de música, 30 workshops e cerca de 200 músicos envolvidos. Já fizeram parte da programação artistas do naipe de Hermeto Pascal e Egberto Gismonti, além dos santistas reconhecidos mundialmente como Arismar do Espírito Santo e Roberto Sion”, disse Denise.

“Geramos empregos e renda para cerca de 200 pessoas diretamente envolvidas, entre equipe de produção, fornecedores de estrutura de palco, técnicos de luz, som e designers gráficos, entre tantos profissionais que fazem com que essa grande festa musical aconteça”, completou a organizadora.

O secretário municipal de Cultura, Rafael Leal, expressou a importância do Santos Jazz, que já se tornou tradicional e nacionalmente relevante. “Além da programação incrível, o evento traz uma preocupação especial com a formação das pessoas e com a economia criativa. Tenho muito orgulho de ser santista em momentos como esse, quando Santos fortalece ainda mais a cultura através destas ações”.

Valorização das raízes da música

A programação deste ano remete à raiz do gênero. “A curadoria dessa edição foi pautada nos artistas negros, como forma de representatividade e resistência do povo que deu origem ao jazz”, falou Jamir Lopes. O produtor terminou a fala citando uma frase da homenageada da noite, Nina Simone: “Você tem que aprender a levantar da mesa quando o amor não estiver mais sendo servido”.

Após os discursos, a norteamericana Alma Thomas e a brasiliense Ellen Oléria entraram em cena. Acompanhadas pelo trio formado por Pedro Milman (piano), Thiago Alves (baixo) e Paulinho Vicente (bateria), elas abriram o show com ‘Here Comes The Sun’, canção dos Beatles que fez parte do repertório da pianista Nina Simone. Durante uma hora, a dupla passeou pela obra e o forte discurso de Nina. “Ela teve toda a sua formação na raiz do gospel. E é por isso que, apesar de seculares, suas canções são como hinos que encantam tanto”, afirmou Alma.

“Estou muito feliz pelo convite feito pela Alma para fazer parte desse projeto cheio de amor que é interpretar as músicas de Nina. E o amor é a forma mais intensa de revolução que já conheci”, declarou Ellen.

O encerramento da noite de abertura foi marcado pela versão de Ellen e Alma para Ain’t Got No, I’ve Got Life, uma canção que fala sobre identidade, pertencimento e resistência.

O Festival é promovido pela DC Realizações, conta com a Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal, patrocínio do Porto de Santos, Brasil terminal Portuário, Transbrasa e G. Pierotti. Correalização da Prefeitura de Santos, apoio institucional do Museu do Café, apoio cultural do Sesc-Santos, São Judas Unimonte, Shopping Pátio Iporanga e Associação dos Artistas.

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