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‘15 anos em Mi Bemol‘ abre Semana Miroel Silveira

Publicado: 2 de maio de 2014
10h 45

O espetáculo '15 Anos em Mi Bemol – Uma Cena para Miroel’ encantou a plateia de aproximadamente 150 pessoas na abertura da Semana Miroel Silveira, quinta-feira (1º), no Teatro Coliseu. A performance com a bailarina Maristela Sild e o ator Márcio Souza, embalada pela Orquestra Sinfônica Municipal de Santos, uniu música, teatro, literatura e dança. “A apresentação é baseada em um conto de Miroel sobre uma jovem de 15 anos, levada pelos tios para assistir a um concerto, inicialmente contrariada e que logo se apaixona pela música clássica”, explicou o regente Luís Gustavo Petri.

Enquanto a orquestra tocou a sinfonia nº 39, de Mozart, o ator Márcio Souza interpretou o conto enquanto Maristela representava com a dança contemporânea a menina Lélia, ‘que preferia estar em casa, espichada, sem fazer nada, sonhando’, como escreveu Miroel, para ‘depois se entregar à música’. Após a encenação, a orquestra ainda tocou a Sinfonia nº 1 de Beethoven.

Integrante do Laboratório de Pesquisa e Investigação do Movimento, da Secretaria de Cultura (Secult), Maristela contou que Miroel era entusiasta deste estilo de dança. Já Márcio Souza, da Cia. Pernilongos Insolentes, disse que trabalhar várias linguagens em um só espetáculo é muito interessante. A direção da cena levou a assinatura de André Leahum. Já a programação da Semana foi elaborada por Nívio Mota, da Pinacoteca Benedicto Calixto.

“Miroel Silveira foi um homem multimídia, pois seu universo incluía muitos universos culturais”, frisou Mota. O secretário de Cultura, Raul Christiano, destacou que a Semana prossegue até 8 de maio, dia do centésimo aniversário de Miroel, com concertos, peças, filmes, entre outras atividades culturais gratuitas. Ele abriu o espetáculo ressaltando que a ideia do evento foi do maestro e compositor Gilberto Mendes, cunhado de Miroel, e do poeta Flávio Moreira.

“Eles nos procuraram para propor a iniciativa e nós acolhemos prontamente”. Raul afirmou que a prefeitura pretende reeditar livros de autores santistas, como Miroel e Martins Fontes.

ENCONTRO DE GERAÇÕES

Clarice Maria dos Santos Blume, de 74 anos, achou o espetáculo lindo. “Sempre gostei de música clássica”, declarou, acompanhada do marido Henrique, de 85, de um filho e noras. Com 13 anos, Daniel Melo Faria estava com a irmã, o cunhado e amigos. “Toco piano e para mim a parte mais bonita do evento foram as músicas”. Ele não conhecia Miroel Silveira. “Agora já sei da importância dele”.

MIROEL SILVEIRA

Essencialmente um homem de teatro, Miroel Silveira nasceu em Santos, em 1914, e faleceu em São Paulo em 1988. Diretor, crítico, professor, jornalista, cineasta, tradutor e ator foi ligado a grandes companhias dos anos 1940 e 1950, como Os Comediantes e Teatro Popular de Arte (TPA). Formado em advocacia pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), foi autor de ‘A contribuição italiana ao teatro brasileiro’ e ‘A outra crítica’.