X-9 empolga o público e leva grito à passarela do samba
Os gritos que contribuíram para a formação do povo brasileiro até os dias atuais, como o Terra à vista, o do Ipiranga e o dos excluídos, foram representados pelos 2.500 componentes da X-9, a última escola a desfilar na Passarela do Samba Dráusio da Cruz, na madrugada deste sábado (18).
Na avenida, a agremiação mostrou em cortejo o grito e a dor dos escravos, das guerrilhas e revoluções, de liberdade e de alerta à preservação da natureza. E ainda os gritos do saci pelo resgate do folclore nacional, em defesa da arte urbana e do respeito à diversidade. Ao final, representado no último carro alegórico, o grito de basta pelo fim da corrupção no País. Também não faltou o grito de campeã entoado com vibração por foliões e público.
Os 150 ritmistas da bateria, trajados de soldados, mostraram o grito de guerra do Exército. Com fantasia em verde, amarelo, azul e branco, o segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marcos de Brito, 40 anos, e Bianca Vilarinho, 18, representaram o grito de gol nas arquibancadas brasileiras. "É uma responsabilidade muito grande", falou Bianca.
A assistente administrativo Débora Simões, 46, moradora do Saboó, desfila desde os 12 na agremiação do Macuco. Com lágrima nos olhos antes de entrar na avenida com uma fantasia alusiva às ‘Diretas Já’, ela disse que a X-9 é sua ‘segunda pele’. "Tenho o símbolo tatuado no corpo, minha família toda desfila. Vamos gritar todo essa amor na avenida".
Foto: Susan Hortas