Vila são jorge comemora 50 anos marcados por muito progresso
Criada sobre pântanos e matagais, a Vila São Jorge de Santos, segundo menor bairro da Zona Noroeste, completa, nesta segunda-feira (14), 50 anos de existência e de muito progresso. O Bairro, que surgiu a partir da recuperação e loteamento das terras de João Otávio Ribeiro, possui cerca dez mil habitantes, que ocupam uma área de 509 mil m². Com uma infra-estrutura que disponibiliza escolas, policlínica, supermercado, posto policial, farmácias, papelarias, entre outras coisas, a Vila São Jorge agrada moradores jovens e idosos. De acordo com Francisco Severiano da Silva, 79, que vive no Conjunto dos Estivadores há 13 anos, o local é um dos melhores lugares para se viver. Aqui as pessoas são mais unidas e temos tudo que precisamos ao nosso alcance. Daniela dos Santos, 22, que mora no bairro há seis anos e trabalha em uma banca de jornais próxima de sua casa, fez questão de ressaltar que, além de tranqüilo e equipado, o local é sinônimo de evolução. Quando vim para cá, nada disso era bonito assim. Hoje, depois de muito empenho, temos uma Vila São Jorge muito melhor e mais valorizada. REURBANIZAÇÃO Desde 1999, a Administração Municipal vem trabalhando para dar mais conforto e possibilitar uma melhoria de vida para os moradores do bairro. De acordo com a Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Seosp), entre os serviços realizados estão as reurbanizações das praças Eng. Francisco Prestes Maia e Otávio Ribeiro de Araújo. Além disso, foram feitos consertos, recuperações e renivelamentos de guias e sarjetas, como nas avenidas Francisco Ferreira Canto e Eleonor Roosevelt. O Conjunto Residencial Parque do Engenho, conhecido popularmente como dos Estivadores, é um dos símbolos da Vila São Jorge, com aproximadamente 4 mil moradores. Construído em uma área de 30 mil m², os 21 blocos de prédios, que formam o conjunto, possuem 984 apartamentos que começaram a ser ocupados em 1990. HISTÓRIA Apesar de estar completando apenas 50 anos de existência, a história da Vila São Jorge é bem mais antiga do que se pode imaginar. Já no século XVI, o local contava com um pequeno povoado, devido as atividades do Engenho de São Jorge dos Erasmos, cujas ruínas ainda podem ser encontradas atrás do Conjunto dos Estivadores, junto às encostas do Morro da Nova Cintra. Construído por Martim Afonso de Souza, João Veniste, Vicente Gonçalves e Francisco Lobo, o Engenho dos Erasmos foi o terceiro a ser erguido no País e o último do seu tipo ainda em pé. Para a construção do prédio, que desde 1995 pertence à Universidade de São Paulo (USP), foram utilizados óleo de baleia e ostras partidas. Do engenho, tombado em 1963, 1973 e 1990 por diferentes órgãos, surgiu o que hoje é a bebida nacional, a cachaça. Próximo a ele apareceu o Caminho São Jorge, usado durante mais de 300 anos, que caiu em desuso em 1870 com a abertura da Avenida Antônio Emerich em São Vicente.