Técnicos do ibama não conseguem capturar jacaré
Ainda não foi desta vez que o jacaré que habita a Lagoa da Saudade, no Morro da Nova Cintra, foi capturado por técnicos do Ibama. Atendendo a uma recomendação do Ministério Público, que exige a retirada do réptil do local pela Prefeitura, os representantes do Ibama, Carlos Yamashita, considerado o maior especialista em jacarés no Brasil, e o biológo Luiz Sanfelippo, permaneceram, ontem (1º/7), por mais de uma hora tentando pegar o animal. Foram duas tentativas, sem nenhum resultado positivo. Na primeira, ao notar a presença do técnicos, o jacaré que estava em um trecho de mato alagado, entrou rapidamente nas águas. Na segunda, foi encontrado por Yamashita e Sanfelippo, que estavam acompanhados por um comerciante do morro que conhece os lugares em que o jacaré permanece durante o dia. Por ser o local de dificil acesso, não foi possível sua captura, apesar do animal permanecer imóvel diante da presença das pessoas. Em função do insucesso da operação, os técnicos devem retornar na próxima sexta-feira, para participar de uma reunião no Departamento de Assuntos Comunitários dos Morros (Deac/Morros) e apresentar um relatório aos representantes da Prefeitura, sobre quais as medidas que devem ser tomadas para a captura do jacaré. Segundo Yamashita, o animal poderia permanecer na lagoa sem nenhum problema. É um jacaré da espécie Caiman Latirostris, conhecido popularmente por jacaré do papo amarelo, comum em toda a Mata Atlântica. É um macho adulto, com cerca de dois metros de comprimento e aproximadamente 70 quilos, e cerca de 15 anos de idade, se alimentando, principalmente de peixes. Já se acostumou a conviver com as pessoas que frequentam a lagoa, comentou, ressaltando que só atacaria alguém se fosse atacado ou se estivesse no fundo do lago e fosse tocado em alguma parte do seu corpo. RISCOS O especialista em jacaré acredita que existe mais risco de uma pessoa ser atropelada em frente a lagoa ou de quebrar uma perna nas proximidades, do ser atacada pelo réptil. Esse tipo de animal não permite que outro da mesma espécie que seja menor do que ele, a não ser que seja fêmea, freqüente o mesmo local. É dono absoluto de seu lugar, afirmou, tirando a esperança de diversos moradores que acompanhavam a captura que garantiam que havia outro jacaré na lagoa. Só se for fêmea, lembrou. No relatório que deverão apresentar na próxima sexta-feira, os técnicos irão sugerir que a captura seja feita por meio de redes. Caso contrário será difícil. Ele (jacaré) já mostrou que é esperto e para que isso aconteça iremos fazer um mapeamento dos locais que costuma freqüentar para ter sucesso na operação, disse Sanfellipo.